Boxe altera regra e Rio-2016 promete ter lutas com socos mais potentes

A partir dos Jogos Olímpicos do Rio, os boxeadores amadores no masculino passam a contar com um "equipamento" para desferir socos mais fortes na direção do adversário. A Aiba (Associação Internacional de Boxe) liberou esta semana o uso das mesmas bandagens que são utilizadas pelos boxeadores profissionais.

Por serem muito mais reforçadas, as bandagens dos profissionais permitem que desfiram socos mais potentes nos rivais, com menos risco de fraturas. O fato de as mãos estarem mais firmes também colabora no aumento da força dos golpes.

"Faz bastante diferença. Para mim, a maioria dos nocautes é produto das bandagens, de um treinador que sabe 'fazer a mão'", compara o boxeador Esquiva Falcão, medalha de prata nos Jogos Olímpicos de Londres-2012 e que está invicto em 14 lutas profissionais. "Os socos com a bandagem profissional machucam muito, há um risco bem maior de nocautes na Olimpíada".

Trata-se de uma novidade para aumentar a popularidade do boxe amador. A Aiba já havia tomado outras medidas como a permissão da participação de profissionais nos Jogos, a "aposentadoria" do capacete protetor e a mudança na forma como as lutas são julgadas, com mais ênfase na agressão.

A partir da Rio-2016, os boxeadores amadores poderão usar 15 metros de gaze. O esparadrapo, que antes era permitido, poderá ser utilizado até o limite de 5 metros. Até agora, os limites eram entre 2,5 e 4,5 metros de bandagem de algodão, que era fechada com um velcro.

Para se ter ideia, "fazer as mãos" de um profissional é um processo que leva até uma hora, o que já causa preocupação na Aiba com eventuais atrasos na programação olímpica.

Outra regra que foi modificada foi a abolição da pesagem geral antes da Olimpíada. Serão mantidas apenas as pesagens diárias.