Marquinhos diz que risco de perder Jogos tirou tranquilidade em lua de mel

Dassler Marques
Do UOL, em Goiânia
Lucas Figueiredo/MoWa Press
Matheusinho (à direita) abraça Marquinhos, do PSG, em treino da seleção olímpica

A presença de Marquinhos na Olimpíada foi a mais difícil de negociação entre os 18 jogadores liberados por seus clubes para a competição. Nesta sexta-feira, véspera de amistoso contra o Japão, o zagueiro admitiu que participou diretamente das conversas com o PSG-FRA e contou que a inquietude pela ida ou não ao torneio mexeu até com a lua de mel. Ele se casou no fim de julho, em Troncoso-BA. 

"Foram dias de negociação com PSG. Até mesmo depois do meu casamento, na lua de mel, eu não conseguia ficar tranquilo com minha esposa. Hoje é aniversário dela. Parabéns, meu amor. Foram dias delicados, mas finalmente ali o clube acabou entendendo a minha vontade, minha posição de estar aqui, de disputar essa competição. Há alguns anos me preparo. Eu sabia que era meu momento, minha chance e não podia ficar de fora. Fiz a minha escolha e hoje estou muito feliz", contou Marquinhos. 

Com 11 participações pela seleção principal e aos 22 anos, ele adotou discurso de jogador experiente em relação à grande expectativa pelo ouro olímpico. "Apesar da idade, não tem nenhum menino por aqui. Todos sabem das suas responsabilidades. Desde criança somos trabalhado em cima disso. Todos sabem o quão importante é isso para comissão, para o país inteiro, para o povo. É pegar toda a pressão para o lado positivo, para nos motivar, fazer trabalhar ainda mais", afirmou. 

Ele ainda comentou sobre dois colegas de PSG que ficaram marcados, justamente, por desequilíbrio emocional na Copa 2014: David Luiz e Thiago Silva. "É delicado falar de dois companheiros. Pelo que convivo, são dois super homens, são exemplos para mim e aprendo muito com eles. Claro que não é fácil perder uma Copa dentro de casa. Eles tiveram cicatrizes desses dias todos, mas tem que ser firme, continuar trabalhando sempre. Hoje veio pra mim a oportunidade de representar meu país em competição extremamente importante", disse. 

Marquinhos também é um dos jogadores com menor rodagem com o treinador Rogério Micale. Ele não esteve em nenhuma convocação do time olímpico, já que servia a seleção principal, e ainda chegou só na quinta-feira passada na Granja Comary. Mesmo assim, se disse ambientado. 

"Tivemos um tempo bom para trabalhar, mas com muita conversa e o professor passando os conceitos dele. Procurei saber, me informar para ter ideias, o máximo de informação possível para desempenhar o melhor papel em campo. Se não tivesse dado tempo disso, o professor não me colocaria para jogar", lembrou Marquinhos, que definiu a equipe brasileira como ousada.  

"Busca a vitória, é ousada, com muita qualidade. Vai procurar a posse de bola e, quando perde, vai buscar ela muito rápido. É muito valente, guerreira", explicou.