Olimpíadas 2016

Governo adia para pós-Jogos a divulgação do custo final da Olimpíada

Renato Sette Camara/Divulgação
Parque Olímpico está pronto, mas seu custo final é desconhecido imagem: Renato Sette Camara/Divulgação

Vinicius Konchinski

Do UOL, no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro sediará daqui a nove dias, no Maracanã, a abertura dos Jogos Olímpicos de 2016. E, mesmo quando a cerimônia começar, ninguém saberá ao certo quanto custou à cidade e ao Brasil a realização desta edição da Olimpíada e da Paraolimpíada.

Isso porque o governo resolveu adiar para depois do final dos dois eventos a divulgação do orçamento definitivo dos Jogos. Havia uma expectativa de que o documento fosse apresentado até esta quinta-feira (29). Prefeitura, governo estadual e governo federal, entretanto, desistiram da apresentação alegando que nem todos os investimentos necessários para a organização dos Jogos estão contabilizados.

A última versão do orçamento dos Jogos Olímpicos foi divulgada em janeiro deste ano. Ela aponta que o megaevento esportivo custará ao menos R$ 39,1 bilhão. Nesse valor estão incluídos investimentos públicos e privados em arenas esportivas e até no legado urbano da Olimpíada.

Não fazem parte dessa conta, porém, o gasto governamental com a segurança da Olimpíada, por exemplo. Só o governo federal transferiu ao Estado do Rio de Janeiro R$ 2,9 bilhões que foram destinados exclusivamente à proteção da Olimpíada.

Também ainda não foram contabilizados no orçamento da Olimpíada algumas obras para melhoria da qualidade da água da Baía de Guanabara nem as correções monetárias aplicadas aos contratos de obras de legado realizadas no Rio. O custo dessas obras, aliás, teve sua última atualização divulgada em abril de 2015, ou seja, há mais de um ano.

Apesar da desafasagem, o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse em entrevista coletiva nesta quarta-feira (28) que não faz sentido a atualização dos custos já que o orçamento final deve ser muito parecido com o atual. "Vamos divulgar quando estiver tudo certinho, depois do final dos Jogos", justificou Paes, que é o responsável direto por boa parte das obras realizadas no Rio por conta da Rio-2016.

O presidente da APO (Autoridade Pública Olímpica), Marcelo Pedroso, confirmou o adiamento da divulgação na mesma entrevista desta manhã. A APO foi criada pelo governo federal justamente para monitorar e dar transparência aos gastos olímpico. Pedroso afirmou, contudo, que nem todos esses gastos foram contabilizados até o momento. Por isso, não serão divulgados.

Legado encaminhado

Paes e o ministro do Esporte, Leonardo Picciani, ainda foram perguntados nesta quarta-feira sobre as cobrança do Ministério Público e da Justiça a respeito do legado das arenas construídas para a Olimpíada. O prefeito lembrou que o muncipio já elaborou um plano para os equipamentos olímpicos e uma lícitacão de R$ 1,1 bilhão foi iniciada para contratar uma companhia para gerir o Parque Olímpico.

Segundo Paes, com a chegada de Picciani ao ministério, o governo federal também se dispôs a ajudar na definição do legado das arenas. Picciani disse que a intenção do governo é integrar o trabalho em arenas esportivas de todo o país. O ministro disse que, no início do mês que, o governo federal deve divulgar mais detalhes de sua proposta para o legado.

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