Olimpíadas 2016

Brasileira do handebol condena críticas a Vila: "Se estiver sujo, limpamos"

EFE/EPA/GEORGI LICOVSKI
Dani Piedade reclamou do tom das críticas à Vila Olímpica da Rio-2016 imagem: EFE/EPA/GEORGI LICOVSKI

Guilherme Costa e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Desde domingo (24), quando a Vila Olímpica da Rio-2016 foi inaugurada, a reação de delegações estrangeiras ao estado dos prédios tem dominado o noticiário da preparação do Brasil para receber os Jogos Olímpicos. O Comitê Olímpico da Austrália se recusou a ficar no local até que reformas fossem concluídas, mas também houve reclamações contundentes de dirigentes de Argentina, Holanda, Itália, Rússia e Suécia, por exemplo. Para Dani Piedade, 37, pivô da seleção brasileira de handebol, existe um exagero sobre o tema. Sobretudo porque em função da capacidade de adaptação dos atletas.

“Eu já dormi embaixo de arquibancada, gente. Como eu vou brigar por estar sujo ou algo assim? Nós limpamos e nos organizamos. Somos brasileiros, pô! Se estiver sujo, limpamos. Tá demais, eu acho”, avaliou a jogadora nesta terça-feira (26).

A seleção brasileira de handebol está concentrada na Urca, na zona sul do Rio de Janeiro, em uma instalação militar. O grupo só entrará na Vila Olímpica no dia 2 de agosto, três dias antes da cerimônia de abertura dos Jogos deste ano.

O COB (Comitê Olímpico do Brasil) contratou uma empresa de limpeza para evitar que os apartamentos ocupados pelos atletas locais tivessem problemas, mas Janeth Arcain, prefeita da Vila Olímpica, já admitiu que também há questões a serem resolvidas nos locais que serão ocupados pelos anfitriões.

Para Dani Piedade, que já esteve em três edições de Jogos Olímpicos (Atenas-2004, Pequim-2008 e Londres-2012), não há motivo para reclamação se houver problemas na Vila quando o handebol for acomodado por lá: “Não vai tirar nosso foco. Se tiver sujeira, a gente limpa. Se tiver problema, a gente se organiza. A gente cansou de lavar a própria roupa e dormir em locais diferentes. Em Pequim a gente fez adaptação na Coreia, com comida diferente e necessidade de adaptação. O atleta em si tem esse espírito de arrumar as coisas”.

A pivô também citou a Vila Olímpica de Atenas-2004 como um exemplo de lugar com questões a serem resolvidas. O equipamento foi classificado pelo COB como o mais difícil em que o Brasil se hospedou nas edições mais recentes de Jogos. A entidade precisou fazer adaptações nos quartos e comprar rodos para lidar com banheiros que não tinham escoamento adequado de água, por exemplo.

“Uma coisa que me marcou em Atenas foi a erva daninha. O mato tomava conta. Eu me lembro de muito calor – era uma época muito quente –, mas não tenho coisas para falar além das ervas daninhas. Os próprios países se adaptavam e faziam o prédio ficar bonito, como aqui vão fazer”, completou Dani Piedade.

A armadora Duda Amorim, 29, corroborou o tom adotado pela pivô: “Sinceramente, estão falando demais. Coisas pequenas que estão em todos os lugares. Isso não tira o foco. Durmo até no chão, como coisa ruim. Só quero mesmo uma quadra para treinar e uma bola. Isso nós temos”.

Topo