Olimpíadas 2016

Wada critica COI por não banir atletas russos dos Jogos Olímpicos do Rio

Mark Runnacles/Getty Images
Sir Craig Reedie, presidente da Wada imagem: Mark Runnacles/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

A Agência Mundial Antidopagem (Wada) criticou o Comitê Olímpico Internacional após a decisão de não banir a Rússia dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. A entidade que controla as substâncias utilizadas pelos atletas havia solicitado a exclusão do país após o relatório elaborado por Richard McLaren, que revelou um esquema de doping que envolvia oficiais do governo russo.

Após a conferência do Comitê Executivo do COI, realizada neste domingo (25), a entidade decidiu transferir a responsabilidade para as Federações Internacionais, que estão encarregadas de avaliar os materiais fornecidos pelos atletas para comprovarem que estão limpos e podem competir no torneio.

De acordo com o COI, atletas russos poderão competir nos Jogos Olímpicos desde que provem, de maneira convincente, que estão limpos e não tem qualquer tipo de envolvimento com o escândalo de doping que afeta a Rússia. Atletas que já tenham sido flagrados em algum exame antidoping na carreira não poderão participar do torneio.

Após a descoberta do esquema de fraude de amostras, a Wada havia recomendado que o COI e o Comitê Paraolímpico Internacional “recusasse entradas para o Rio-16 de todos os atletas afiliados ao Comitê Olímpico Russo e ao Cômite Paraolímpico Russo”. No entanto, a orientação foi ignorada pela entidade que controla os Jogos Olímpicos.

“A Wada está desapontada que o COI não seguiu as recomendações do nosso Comitê Executivo, que as tomou baseado nas descobertas feitas pela investigação liderada por McLaren, o que teria garantido uma abordagem direta, forte e harmoniosa”, criticou Sir Craig Reedie, presidente da Wada, que ainda alegou que a Rússia precisava ter uma “mudança de cultura”.

“O relatório de McLaren expôs, acima da dúvida razoável, um programa de doping operado pelo Estado na Rússia que, de forma grave, desrespeita os princípios de um esporte limpo que está incluso no Código Antidopagem Mundial.”

A decisão do COI causou controvérsia entre diversas agências antidopagem e atletas que virão ao Rio de Janeiro para competir no torneio. O atleta Greg Rutherford, que já foi medalhista olímpico e estará no Brasil, criticou a entidade por “falhar em suspender a equipe inteira da Rússia”. O diretor geral da Wada, Olivier Niggli, também reclamou da decisão e disse que os atletas limpos estarão com “menos proteção” na Rio-16.

“Apesar da Wada respeitar completamente a autonomia do COI para tomar decisões dentro da Carta Olímpica, a abordagem tomada e os critérios adotados irão, inevitavelmente, levar a uma falta de harmonia, desafios potenciais e menos proteção para os atletas limpos”, pontuou Niggli.

Ainda segundo a Wada, os nomes dos atletas flagrados no relatório elaborado por McLaren foram encaminhados para as respectivas Federações Internacionais para que elas possam analisar, de maneira correta, se o atleta poderá participar ou não dos Jogos Olímpicos.

A entidade ressaltou que concedeu ao investigador Richard McLaren autorização para que ele continue ampliando seu relatório, que serviu como base para deflagrar o esquema antidopagem implementado pela Rússia. Na última semana, Niggli revelou, em entrevista ao “insidethegames”, que a intenção era “encontrar o dinheiro” para que ele pudesse seguir em frente com o caso. 

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