Primeiro time brasileiro em Vila da Rio-16 rebate críticas e até beija chão
Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
A Vila Olímpica da Rio-2016 causou uma impressão negativa para algumas das delegações estrangeiras que estiveram no local neste domingo (24), primeiro dia de operação – o Comitê Olímpico da Austrália chegou a rejeitar a acomodação e vai ficar em um hotel até que obras sejam concluídas, o que só deve acontecer no meio desta semana. Para o primeiro time brasileiro no aparato, contudo, a reação foi exatamente o contrário. Estreantes em Jogos, os representantes nacionais do hóquei na grama ficaram encantados e até beijaram o chão.
“Entramos com pé direito, beijamos o chão e fizemos tudo que podíamos para ter um bom início aqui”, disse Augusto Felipe. “Nós estamos parecendo crianças que ganham brinquedos novos e querem logo desembrulhar para conhecer como um todo”, completou Bruno Mendonça.
O hóquei na grama masculino foi o primeiro time brasileiro a entrar na Vila. O estafe da modalidade chegou ao local às 10h30 (de Brasília) deste domingo, duas horas e meia depois da abertura oficial. Os anfitriões tiveram prerrogativa de escolher em qual prédio ficariam acomodados e preferiram o 30 – são 31, no total.
“Chamou atenção o espaço. Nós conseguimos passar pelas portas com malas sem precisar ficar de lado, por exemplo. A mala também cabe embaixo da cama com bastante tranquilidade”, relatou Mendonça.
Até aqui, tudo que os brasileiros do hóquei na grama conheceram da Vila Olímpica se resume a entrada, quartos e zona internacional, um centro de convivência em que foi realizada a cerimônia de abertura. Eles já estavam hospedados no Rio de Janeiro e devem treinar neste domingo. Por isso, entrar cedo na acomodação foi um importante ganho logístico.
“Está tudo muito bom. Tudo limpo, funcional. A cama parece que te abraça, e o banheiro tem a privacidade necessária. Gostamos muito de tudo que vimos”, disse Mendonça, que já havia conhecido apenas a Vila Pan-Americana de Toronto-2015: “Aqui é muito maior. Não tem nem comparação”.
Os brasileiros, contudo, foram os únicos que ficaram impressionados de forma positiva com a Vila. Delegações internacionais reclamaram de aspectos como sanitários entupidos, escadas sem iluminação, vazamento de pias e até objetos furtados no interior dos quartos. O Comitê Olímpico da Austrália se recusou a ficar no local até que os ajustes fossem feitos, e ainda não há uma previsão para que a obra seja realmente finalizada. Janeth Arcain, prefeita da Vila, chegou a dizer que trabalha com um prazo “de dois a três dias”. O COB (Comitê Olímpico do Brasil) admite ter intervenções no espaço até sexta-feira (29).