Olimpíadas 2016

Como vale-lanche e He-Man levaram esgrimista para primeira Olimpíada

Karime Xavier / Folhapress
Tais Rochel disputará a primeira Olimpíada imagem: Karime Xavier / Folhapress

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

Tais Rochel chegou à esgrima há 26 anos. Quando ainda era uma criança, ela resolveu seguir os passos do irmão, fã de He-Man, e acabou entrando para a modalidade. Agora, após bater na trave três vezes, ela tem a primeira chance de disputar uma Olimpíada.

“O que aconteceu é que na verdade meu irmão mais velho curtia o He-Man e meu pai teve a ideia de associar o He-Man a esgrima porque a gente era sócio do Banespa e a esgrima era conhecida lá. Meu pai falou: 'se gosta de He Man, vai fazer esgrima'. Na época, eu era novinha e até curtia a She-Ra, como ficava assistindo meu irmão quietinha, a técnica falou: 'se você começar a fazer esgrima, eu te dou vale-lanche depois do treino'. Aí comecei a fazer”, falou a atleta ao UOL Esporte.

Antes de ter sua primeira oportunidade, Tais quase chegou a disputar três Jogos Olímpicos. Desde 2004, ela tenta uma vaga na equipe brasileira.

“Eu desde os 18 anos estava tentando ir para as Olimpíadas. Eu sempre bati muito na trave. Nas Olimpíadas de Atenas, não fui pelo teste de corrida. Em Pequim, fiquei entre as três do pré-olímpico, mas não estava preparada. Em Londres, bati super na trave, na final do pré-olímpico fiquei em segundo. Agora, finalmente eu consegui. Sempre foi uma coisa sonhada. Não é que caiu de paraquedas, sempre me preparei. Principalmente depois que Rio foi eleito sede, eu passei a me dedicar para a classificação”, disse.

Virar estilista é o plano B

Em Pequim, a preparação de Tais não foi boa por um motivo. Ela dividia o tempo dos treinos com a carreira alternativa dela, a de estilista. Moda pode ser o caminho da esgrimista depois do Rio de Janeiro.

“Estou repensando na despedida porque recebi proposta da aeronáutica. Então, estão analisando meu currículo, eu posso estender um pouco mais a carreira na esgrima. Como tive algumas lesões, estou um pouco indecisa. O que tenho certeza é que depois da Olimpíada darei uma boa relaxada”, afirmou.

“Apesar de estar fora do mercado porque fiquei focada na Olimpíada, fiz pós na Itália em moda. De certa forma, tentei não sair totalmente do mercado. Meu currículo acredito que seja bom, fiz curso na Itália, em Nova Iorque, se meu plano A do esporte tiver acabado, vou partir para o meu plano B e acredito que vou ser bem-sucedida porque são as duas coisas que mais amo, esgrima e moda”, completou.

A carreira de Tais na esgrima teve um problema em 2011, quando ela foi flagrado no exame antidoping. Um medicamento para asma fez com que ela perdesse os Jogos Pan-Americanos daquele ano, um ano antes do embarque.

“Esse negócio é super superado. Acho que isso me deu mais força para continuar naquela época e eu passei por cima”.

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