Brasil bate França com 29 pontos de Wallace e revê algoz em decisão da Liga

Do UOL, em São Paulo

A seleção brasileira masculina de vôlei irá buscar neste domingo contra a Sérvia o seu décimo título na história da Liga Mundial e o primeiro em um ano olímpico desde 2004. Na tarde deste sábado, a equipe de Bernardinho derrotou a França por 3 sets a 1 (25/16, 23/25/, 28/26 e 33/31) em Cracóvia (POL) para garantir o seu posto na decisão contra a Sérvia, em partida que acontece às 15h30 (de Brasília) deste domingo.

A vitória serve como uma vingança pelo ocorrido no ano passado, quando os franceses derrotaram o Brasil no Maracanãzinho, e impediram o time nacional de alcançar a semifinal do torneio.

Rival na final, a Sérvia foi a única seleção que conseguiu derrotar o Brasil em 12 partidas disputadas até o momento na Liga Mundial. O triunfo dos sérvios por 3 a 1 aconteceu na primeira fase na cidade de Belgrado.

O maior anotador brasileiro contra os franceses foi o oposto Wallace, que terminou o confronto com impressionantes 29 pontos. Foram 25 de ataque, dois de bloqueio e outros dois em saques.

Foi um jogo extremamente cansativo, mas não só fisicamente. Um último set de 33/31 cansa muito mentalmente também, então, temos que ter a cabeça muito boa em uma situação como essa e nos conseguimos. Não nos desesperamos, mesmo naqueles momentos mais tensos, quando queremos fechar o jogo. Tivemos tranquilidade no momento certo e isso foi fundamental

A Sérvia, que não disputará a Olimpíada, chegou à decisão após fazer 3 sets a 2 sobre a Itália, com parciais de 23/25, 25 /21, 25/23, 18/25 e 15/11. 

Defesa e bloqueio fazem diferença para atropelo

AP Photo/Alik Keplicz

O Brasil foi arrasador no primeiro set com uma combinação infalível. Bom saque, defesa forte e bloqueios. Diante deste panorama, ficou muito complicado para os franceses conseguirem fazer qualquer coisa.

A seleção brasileira foi construindo a vantagem sem ser ameaçada em nenhum momento, com velocidade nos ataques a cada levantamento de Bruninho. Quando os franceses tinham a bola na mão, o bloqueio do time nacional fez a diferença. Foram quatro pontos no fundamento e diversas bolas amortecidas para contra-ataques para um triunfo sem nenhuma dificuldade por 25 a 16.

Reação francesa vem com saques potentes

Depois de ir muito mal no primeiro set, a França voltou bem mais agressiva e abusando dos saques, principalmente com Ngapeth. A tática deu resultado e o time conseguiu abrir uma boa vantagem de 13 a 8.

O Brasil, porém, não se intimidou e foi tirando aos poucos as vantagens dos rivais com boa participação de Wallace no ataque e de Mauricio Souza nos bloqueios. Com um ace de Lucarelli, o Brasil conseguiu virar o marcador e fazer 15 a 14.

Mas os franceses não intimidaram. Com o ponteiro Antonin Rouzier bastante inspirado nos ataques, reagiram novamente e fecharam a parcial em 25 a 23. No saque, foram cinco aces da atual campeã.

Brasil consegue grande reação após ficar o tempo todo atrás

Divulgação/FIVB

O terceiro set parecia que mais uma vez seria dos franceses, que novamente contaram com uma grande atuação de Rouzier. Ele, porém teve a companhia do central Kevin Le Roux, que foi um tormento para o Brasil.

A superioridade da França durou quase até o fim do set. A seleção europeia chegou a abrir 20 a 17. Mas o time nacional não se abalou diante da situação adversa e conseguiu uma grande reação ao aumentar o nível de sua defesa.

O time brasileiro pouco a pouco foi diminuindo a vantagem do rival e passou à frente com um bloqueio de Evandro sobre Rouzier para fazer 24 a 23. Depois disso, a seleção sempre ficou à frente do marcador e desperdiçou três set points até fazer 28 a 26 em um ataque forte de Lucão pelo meio.

A única notícia ruim da parcial foi que o central Maurício Souza precisou deixar a quadra com dores após dar um peixinho. Ele precisou ser auxiliado pelos companheiros para se levantar e ir ao banco.

Set decisivo tem altos e baixos e 44 minutos de duração

O quarto set começou muito ruim para a seleção brasileira, que não conseguia acompanhar o ritmo imposto pelos franceses, que sem grandes dificuldades fizeram 16 a 10. Mas a parada técnica foi muito boa para o time nacional, que foi buscar a reação e emendou uma sequência de dez pontos consecutivos para fazer 20 a 16 aproveitando-se de uma grande passagem pelo central Eder pelo saque.

Porém, quando parecia que o Brasil iria caminhar sem dificuldades para consolidar o triunfo, a França novamente reagiu e o final do set se transformou em uma verdadeira batalha de nervos com os times se alternando na ponta do placar a partir do 24 a 24.

Pelo lado brasileiro, o oposto Wallace era a principal válvula de escape. Do lado francês, Rouzier era o mais acionado. Não à toa, acabou com 27 pontos.

A reta final da parcial também foi marcada por três desafios dos treinadores e um bate-boca. O triunfo brasileiro só foi concretizado após o central Le Roux mandar um ataque para fora