Olimpíadas 2016

Natação brasileira faz terapia com cavalos na preparação para Rio-2016

Satiro Sodré/SSPress/CBDA
Nicolas Oliveira disse que brasileiros aprenderam a trabalhar melhor como grupo após brincadeira com cavalos imagem: Satiro Sodré/SSPress/CBDA

Lance! Conteúdos

A natação brasileira andou inovando na preparação para os Jogos Olímpicos de 2016. Um trabalho de terapia em grupo com a participação de cavalos treinados foi uma das formas encontradas para aproximar os atletas do revezamento e promover o equilíbrio mental desejado durante a estadia na capital fluminense, em agosto.

A ideia partiu de Markus Rogan, nadador austríaco e psicólogo de Thiago Pereira (classificado nos 200m medley). Contratado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), ele é um dos profissionais envolvidos no planejamento da entidade, em parceria com a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA), para os Jogos do Rio.

Durante um camping da Seleção em Los Angeles (EUA), há cerca de um mês, Rogan apresentou os brasileiros dos revezamentos à brincadeira, até então inédita. Cada atleta teria de escolher um cavalo e guiá-lo, puxando-o, de modo a cumprir um percurso em uma arena e chegar ao alvo determinado. Simples? Nem tanto. Se o "condutor" não mostrasse confiança, o bicho parava.

"Para mim, foi a melhor atividade em grupo de psicologia que já fiz na vida. O cavalo reage muito ao medo, à postura com a qual você se impõe. Fizemos até uma prova de revezamento com os animais, e foi muito interessante ver como a fraqueza de cada atleta se mostrou no percurso. Deu para nos conhecermos melhor", avaliou Nicolas Oliveira, classificado para a Olimpíada nos 10 0m livre, 200 m livre e no revezamento 4x100 m livre.

O mineiro de 28 anos contou que tem assumido papel de liderança na equipe desde a confirmação da ausência de Cesar Cielo, atual recordista mundial nos 50 m livre e ouro em Pequim 2008 na prova, nos Jogos do Rio. Mas mesmo com duas Olimpíadas no currículo, ele se surpreendeu com os efeitos que a atividade proporcionou ao grupo.

"Os cavalos conseguem ter um sexto sentido. Não adianta você aparentar estar tranquilo, pois se estiver com medo por dentro, o animal realmente empaca. Nós achávamos que poderíamos fingir que estava tudo bem e puxar o cavalo, que ele iria andar. Mas não foi assim. Tivemos de ter foco. Se desviássemos a atenção, perdíamos a sintonia com o cavalo", afirmou Nicolas.

Entre 24 de julho e 2 de agosto, a Seleção Brasileira fará aclimatação no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A CBDA considerou o local adequado para desenvolver a adaptação dos nadadores aos horários dos Jogos. Haverá finais às 22h. Eles farão, inclusive, um trabalho chamado clínica do sono, que inclui exposição à luz do dia quando já estiver escuro e uso de óculos especiais.

Alguns atletas só chegarão à Vila Olímpica dois dias antes de competirem, já que suas provas acontecem na reta final da natação, como Ítalo Manzine (50 m livre) e Graciele Herrmann (50 m livre). Maior aposta nos 50 m livre, Bruno Fratus só compete nos dias 11 e 12 de agosto, mas optou por chegar antes.

Além de Nicolas, o revezamento 4x100 m do Brasil contará com os titulares Marcelo Chierighini, João de Lucca e Matheus Santana. No Mundial de Esportes Aquáticos de Kazan (RUS), em 2015, o time ficou em quarto lugar. A prova é apontada como uma das esperanças de medalha do país na Olimpíada.

Topo