Olimpíadas 2016

Rio-2016 não é única prioridade de Phelps. E isso fez um bebê virar estrela

Guilherme Costa/UOL
Nicole Johnson, mulher de Michael Phelps, segura o pequeno Boomer em Omaha imagem: Guilherme Costa/UOL

Guilherme Costa

Do UOL, em Omaha (EUA)

Michael Phelps correu para a arquibancada do Centurylink Center, em Omaha (Estados Unidos), na noite da última terça-feira (28), depois de ter subido ao pódio dos 200 m borboleta. A prova havia garantido presença do nadador nas Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, e a cerimônia de comemoração foi acompanhada por grande ovação do público – havia mais de 13 mil pessoas nas arquibancadas. Entre tanta gente que fazia barulho ou aplaudia de pé, contudo, Phelps só queria saber de alguém que sequer estava acordado: Boomer, nascido em maio, filho do atleta com Nicole Johnson. Em sua primeira grande competição, o “bebê Phelps” já conheceu o estrelato.

Um bom parâmetro disso é o perfil de Boomer na rede social Instagram. O bebê tem apenas nove fotos publicadas e somava menos de dez mil seguidores antes do início da seletiva da natação norte-americana. Na última sexta-feira (01), o séquito passava de 19 mil pessoas.

Quatro das imagens do Instagram de Boomer foram publicadas de Omaha. A foto em que o bebê parabeniza o pai pela classificação para os Jogos Olímpicos, por exemplo, teve mais de 6 mil curtidas em menos de 24 horas. Na publicação, o primogênito usa um macacão com a estampa “Team Daddy” (“Time do papai”, em tradução livre).

 

Congrats to your 5th Olympic team dad!!! I wore my "team daddy" outfit for you!! #teamdaddy Happy birthday!!!

Uma foto publicada por boomer phelps (@boomerrphelps) em

No telão do Centurylink Center, Boomer já foi focalizado em pelo menos dois momentos da semana. Em ambos, a torcida presente vibrou como se fosse o término de uma prova.

Boomer também virou assunto recorrente nas entrevistas de Phelps em Omaha. Foi assim depois do abraço na arquibancada do Centurylink Center, por exemplo. “Dei um beijo nele e o peguei devagar porque ele estava dormindo e havia muito barulho. Não sei se ele estava acordado durante a prova, mas dormia quando eu voltei. É definitivamente especial poder tê-lo como parte dessa jornada”, disse o atleta.

Atleta mais vitorioso da história dos Jogos Olímpicos, Phelps amealhou 22 pódios até 2012 (18 ouros, duas pratas e dois bronzes) e se aposentou após ter participado da edição realizada em Londres. Foi um alívio para um atleta que reclamava da carga de treinos e das consequentes dores – e que por isso tinha uma relação conflituosa com o técnico, Bob Bowman. O desfecho da carreira só não aconteceu antes por questões de patrocinadores. “Eu não conseguia me conter e gritava com ele. Ele faltava aos treinos, ia para Las Vegas e não fazias as coisas. Depois, se sentia culpado e voltava. Ficávamos nessa dança”, contou o treinador em entrevista à “ESPN” dos Estados Unidos.

A aposentadoria deflagrou em Phelps um processo que os treinos ajudavam a conter. O nadador passou a ter uma vida (ainda mais desregrada), aumentou consideravelmente o consumo de álcool, teve momentos de depressão e chegou a pensar em cometer suicídio em 2014. “Ele estava terrível. Não falava coisa com coisa”, relatou Bowman.

Naquele momento, voltar às piscinas foi também uma tentativa para recuperar a essência de Phelps. Entretanto, os resultados ruins no início da retomada tiveram efeito contrário. “Sentimos que as coisas estavam demorando muito mais do que havíamos planejado. Foi difícil”, disse o nadador.

O nascimento de Boomer foi o fastígio de um processo de redenção, portanto. Phelps costumava guardar as flores que recebia no pódio para a mãe, Debby. Em Omaha, o o nadador já entregou os presentes para o primogênito.

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