Phelps consegue mais uma vaga e pode disputar até seis ouros na Rio-2016
“Era minha última prova nos Estados Unidos, e eu não queria perder minha última prova nos Estados Unidos. Tem muita história aqui”. Para Michael Phelps, 31, a final dos 100 m borboleta na seletiva norte-americana de natação tinha um significado maior. O atleta mais laureado da história dos Jogos Olímpicos havia se aposentado depois de Londres-2012, voltou às piscinas em 2014 e anunciou no ano seguinte que pretendia estar na Rio-2016. Neste sábado (02), encerrou o plano de forma perfeita: obteve sua terceira vaga em uma prova individual e pode brigar por até seis medalhas de ouro no Brasil.
Phelps já havia assegurado participação nos 200 m borboleta e nos 200 m medley da Rio-2016. Neste sábado, nadou os 100 m borboleta em 51s00 e venceu mais uma seletiva nacional – os Estados Unidos podem inscrever até dois atletas por disputa individual dos Jogos, e o segundo representante do país na prova será Tom Shields, que cumpriu o percurso em 51s20.
“Tenho lidado com muitas emoções aqui. Minha família está aqui, [meu filho] Boomer está aqui, é minha última competição nos Estados Unidos. Tem muito acontecendo, e eu estou feliz de termos feito tudo que pensei em fazer aqui. Consegui vaga em três provas, e agora vamos ver o que acontece”, disse o vencedor da prova.
Além das três provas individuais, Phelps pode ser inscrito em três revezamentos da Rio-2016 (4x100 m livre, 4x200 m livre e 4x100 m medley). Ele sequer disputou as duas primeiras provas na seletiva, mas os times para os Jogos Olímpicos são montados por convocação. Cada país pode inscrever até seis atletas, e o responsável pela definição nos Estados Unidos é Bob Bowan, técnico do astro.
A Rio-2016 será a quinta edição de Jogos Olímpicos para Phelps, algo inédito para um nadador dos Estados Unidos. Ele já acumulou 22 medalhas (18 ouros, duas pratas e dois bronzes), o que representa um recorde, e também detém o maior número de pódios em um evento – foram oito em Pequim-2008.
50 m livre tem disputa até o final
A final masculina dos 50 m livre foi decidida apenas na batida. Nathan Adrian, 28, e Anthony Ervin, 35, travaram uma intensa batalha, e o primeiro conseguiu a vitória pela diferença mínima de 0s01: 21s51 a 21s52. Os dois estão classificados para os Jogos Olímpicos na prova.
Na final da seletiva, sete nadadores terminaram abaixo dos 22s: Nathan Adrian (21s51), Anthony Ervin (21s52), Cullen Jones (21s75), Caeleb Dressel (21s80), Josh Schneider (21s95), Michael Chadwick (21s96) e Jimmy Feigen (21s99). Até este sábado, o Brasil havia sido o único país em que três nadadores fizeram abaixo de 22 segundos na seletiva nacional dos 50 m livre (Bruno Fratus, Ítalo Duarte e César Cielo).
Ledecky sobra nos 800 m livre, mas sai frustrada
É tão grande o domínio imposto nos 800 m livre por Katie Ledecky, 19, que até uma vitória pode ser motivo de frustração. Ela teve imensa facilidade para triunfar na seletiva nacional da prova neste sábado, em Omaha, mas perdeu a única disputa que parecia existir na piscina e não bateu o próprio recorde mundial.
Ledecky registrou o melhor desempenho da história da prova em janeiro, quando nadou os 800 m livre em 8min06s68. Neste sábado, chegou a abrir 1min45s de vantagem para as parciais do recorde, mas acabou com “apenas” 8min10s32. Foi a segunda marca da prova em 2016 e a quarta em todos os tempos – as 11 melhores performances na distância foram feitas pela norte-americana.
“Eu fiz o trabalho e carimbei meu passaporte. Claro que eu gostaria de ter sido mais rápida, mas eu podia dizer durante a prova que não conseguiria ser tão rápida quanto ontem [sexta-feira]. Queria ter usado melhor as pernas durante a prova, mas elas simplesmente não estavam como antes. Meus braços também estavam um pouco cansados”, disse Ledecky.
A despeito das reclamações sobre cansaço e da frustração por não ter batido o recorde, a prova deu à nadadora a terceira chance de medalha em uma disputa individual da Rio-2016 – ela já havia se classificado nos 200 m livre e nos 400 m livre. Como ainda pode ser inscrita nos revezamentos 4x100 m livre e 4x200 m livre, a atleta terá cinco oportunidades de ir ao pódio na próxima edição dos Jogos.
“Eu ainda tenho minhas metas e acho que posso alcançá-las. É difícil dizer exatamente quanto ainda posso melhorar, mas estou feliz com o que fiz nesta semana”, disse a nadadora, que é a atual campeã olímpica dos 800 m livre – venceu Londres-2012, aos 15 anos, com 8min14s63.
A segunda vaga dos Estados Unidos na prova da Rio-2016 ficou com Leah Smith, que fez 8min20s18 neste sábado e não ficou nada triste com o segundo lugar: “Meus tempos nas preliminares não estavam nem perto do que Katie vinha fazendo, e o que eu queria era apenas chegar um pouco mais. Estou muito feliz porque cheguei a essa seletiva com 8min24s como o melhor tempo e consegui cortar quatro segundos”.
Atual campeã olímpica, Missy estará nos 200 m costas da Rio-2016
Missy Franklin, 21, vai defender na Rio-2016 o ouro olímpico dos 200 m costas. Ela foi apenas a segunda colocada da prova na seletiva nacional dos Estados Unidos, em Omaha, mas o resultado foi suficiente para colocá-la nos Jogos. "Tenho tentado não me comparar com o que eu era em 2012 [ano em que conquistou cinco medalhas]. Eu vim para cá para ser a melhor que eu posso hoje, e não melhor do que eu fui quatro anos atrás", avisou.
A vitória da prova ficou com Maya DiRado, que completou o percurso em 2min06s90. Missy, que estava na quarta posição até o término da primeira metade, cumpriu a distância em 2min07s89.
O tempo mostra um pouco da má fase vivida por Missy neste ano. Em 2012, ela havia registrado 2min06s12 na prova da seletiva nacional e 2min04s06 em Londres, no desempenho que valeu o ouro olímpico.
Em Omaha, Missy já havia perdido a chance de defender o ouro olímpico dos 100 m costas. Ela foi superada na prova por Olivia Smoliga e Kathleen Baker.