Olimpíadas 2016

Ledecky faz 3º tempo da história nos 800 m livre. E foi só eliminatória

Tom Pennington/Getty/AFP
Katie Ledecky pode faturar quatro ouros na seletiva imagem: Tom Pennington/Getty/AFP

Guilherme Costa

Do UOL, em Omaha (EUA)

Não é exagero dizer que Katie Ledecky, 19, nadou sozinha. A norte-americana disputou nesta sexta-feira (01) a eliminatória dos 800 m livre na seletiva nacional de natação para os Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, e mostrou logo na preliminar o motivo de essa ser uma das disputas do evento em que é mais fácil apontar um favorito ao ouro. Ela venceu a competição 8min10s91, segunda melhor marca da temporada e terceira na história, e agora detém todas as dez performances mais rápidas na distância.

“Foi fácil. Eu levei numa boa, e mais ou menos na marca de 550 metros eu pensei que podia praticar os meus 100 m livre para a prova de hoje [sexta-feira] à noite”, disse Ledecky depois da prova. “Eu achei que tivesse feito algo como 8min20s. Foi realmente muito fácil”, completou.

Especialista em nado livre, Ledecky está inscrita em todas as provas do estilo na seletiva norte-americana. No entanto, é nas distâncias mais longas que a nadadora consegue imprimir com mais clareza a soberania em relação ao restante do planeta.

Em Londres-2012, quando tinha apenas 15 anos, Ledecky ganhou o ouro olímpico nos 800 m livre ao concluir a prova em 8min14s63. Um ano depois, bateu o recorde mundial da distância pela primeira vez (nadou o percurso em 8min13s86 e superou o desempenho da britânica Rebecca Adlington, que tinha feito 8min14s10 em 2008). A partir disso, empilhou tempos inéditos com uma facilidade assustadora. São quatro recordes mundiais consecutivos, incluindo o atual, 8min06s68, anotado em janeiro deste ano.

O tempo registrado na eliminatória dos 800 m livre em Omaha, portanto, está aquém dos melhores desempenhos de Ledecky. Ainda assim, é quase quatro segundos mais rápido do que o rendimento que valeu o ouro em Londres-2012 e vence em quase oito segundos o resultado da medalhista de prata (Mireia Belmonte, da Espanha, que fez 8min18s76).

Na eliminatória, Ledecky ainda abriu mais de 18 segundos para a segunda colocada da bateria, Ashley Twichell, que fez 8min28s96. A nadadora que avançou à prova final com o segundo melhor desempenho, Leah Smith, fez apenas 8min21s64.

Ledecky já assegurou classificação para disputar os 200 m livre e os 400 m livre no Rio de Janeiro. Na noite desta sexta-feira, com início previsto para 20h45 (de Brasília), disputará a final dos 100 m livre (avançou apenas com o sétimo tempo). No sábado, a nadadora ainda tentará obter um lugar nos 50 m livre.

"Agora é basicamente isso: comer, dormir, comer e voltar para cá. Eu acho que nunca havia feito isso antes - a preliminar dos 800 m livre e a final dos 100 m livre no mesmo dia, mas vai ser divertido", concluiu Ledecky.

Michael Phelps terá maratona para confirmar vagas na Rio-2016

Na eliminatória dos 100 m borboleta, Michael Phelps avançou com o sexto melhor tempo (51s87) – o líder foi Matthew Josa, que cumpriu o percurso em 51s61. Agora, o maior medalhista da história dos Jogos Olímpicos terá de se virar com uma maratona para cumprir seu plano para a Rio-2016.

Phelps, que já acumulou 22 pódios em Jogos (18 ouros, duas pratas e dois bronzes), está inscrito em três provas da seletiva norte-americana. Já confirmou vaga nos 200 m borboleta, mas terá de disputar na noite desta sexta-feira a final dos 200 m medley (avançou com o segundo tempo, atrás de Ryan Lochte).

Depois da prova em que terá de ser um dos dois melhores para se classificar, Phelps terá apenas a final feminina dos 100 m livre para descansar. Em seguida, voltará à piscina para disputar a semifinal dos 100 m borboleta.

Atual recordista mundial e campeão olímpico em Londres-2012, Phelps tem cinco das melhores performances na história dos 100 m borboleta. Ele fez a prova em 50s45 no ano passado e registrou a melhor marca do planeta na temporada. Portanto, ainda que exista margem para melhora, o desafio do nadador é lidar com o desgaste da seletiva.

Ryan Lochte tem o mesmo problema, mas em proporção até maior. O nadador ainda não conseguiu vaga em prova individual da Rio-2016 – perdeu a qualificação dos 400 m medley e nos 200 m livre, ainda que tenha obtido um lugar no revezamento 4x200 m livre. Ele só tem mais duas chances de se classificar: os 200 m medley (avançou à final com o melhor tempo) e os 100 m borboleta (foi apenas o nono nesta manhã).

“Os 100 m borboleta são a minha prova para diversão. Eu não estou esperando muito disso, para ser honesto. Eu simplesmente vou entrar lá e nadar”, disse Lochte, que pode até abrir mão da semifinal na noite desta sexta-feira e priorizar os 200 m medley: “Vou falar com meu técnico ainda. Vamos ver”.

Topo