Seleção olímpica tem 2 planos para uso de Neymar e resgate do "jogo bonito"

O papel que caberá a Neymar na seleção olímpica é o principal ponto de interrogação na construção da equipe do treinador Rogério Micale para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Nesse sentido, há dois planos para encaixar o atacante do Barcelona. As prioridades só serão definidas no campo de treino e em uma conversa privada entre técnico e jogador.

O objetivo de Micale, desde o primeiro jogo na seleção olímpica em setembro do ano passado, é uma volta às origens do futebol brasileiro com ideias atuais. O treinador que herdou a vaga de Dunga planeja colocar em prática o que normalmente chama de 'caos organizado' para os atacantes. A inserção de Neymar nessa proposta poderá se dar de duas maneiras.

As ideias que mais agradam o treinador da seleção olímpica são:

Neymar ser o jogador mais adiantado da seleção brasileira, que não tem um centroavante de ofício entre os 18 chamados. É a ideia mais adequada aos princípios de jogo de Micale e que agrada, e muito, o atacante. No Barcelona, executar o papel de Messi, do centro para a esquerda, é algo que costuma dar prazer a Neymar. 

Por outro lado, também enche Micale de entusiasmo a chance de colocar o atacante do Barcelona pela ponta esquerda. É onde ele está mais habituado a jogar em sua equipe e pode desequilibrar no um contra um. A decisão só será tomada após ouvir o próprio Neymar e analisar possibilidades. 

Na proposta de jogo desenhada para a seleção brasileira, Micale quer dois jogadores incisivos pelos lados do campo, um meia-atacante pelo centro, que deve ser Felipe Anderson, e um atacante de movimentação adiantado. Mas é, com a bola nos pés, que entra o que o treinador gosta de chamar de "caos organizado". 

Nesse plano, nenhum dos quatro jogadores de frente terá uma posição fixa e as inversões serão fundamentais. O centroavante, em tese, troca de posição com o meia-atacante. Os ponteiros também podem inverter de lado. Importante, nessa ideia de jogo, é permitir que os ataques sejam imprevisíveis, bonitos e tenham uma ordem para o segundo momento. Quando o Brasil perde a bola, cada atleta sabe como agir e recuperá-la. 

Entre os 18 jogadores convocados, cinco não trabalharam com Micale desde sua chegada à seleção. Além dos 'veteranos' Neymar, Douglas Costa e Fernando Prass, o zagueiro Marquinhos e o lateral William serão apresentados ao 'caos organizado' a partir do dia 18. A estreia na Olimpíada é em 4 de agosto diante da África do Sul.