Promotoria militar abre inquérito sobre execução de onça exibida com tocha
Do UOL, no Rio de JaneiroO Ministério Público Militar abriu um inquérito para apurar as circunstâncias da execução da onça-pintada Juma, morta por militares após ser exibida acorrentada durante passagem da tocha olímpica em Manaus. Juma foi abatida no último dia 20. O animal era mantido num zoológico militar e considerado mascote de um batalhão de infantaria na selva. Tentou escapar e foi morto com um tiro de pistola.
A promotoria militar quer entender como a morte de Juma ocorreu e o motivo da exibição do animal no revezamento da tocha. O Ipaam (Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas) já informou que o Exército não tinha autorização para exibir a onça no evento voltado a promoção da Olimpíada de 2016.
O inquérito sobre o abatimento de Juma foi aberto na segunda-feira (27). A portaria que determina o início da investigação foi publicada nesta quinta-feira (30) no Diário Oficial da União. Nela, o MP Militar solicita ao CMA (Comando Militar da Amazônia) esclarecimentos sobre a execução do animal.
O MP quer saber que organização militar era responsável pela onça, se a onça havia sido treinada para que fosse exibida em eventos públicos, se houve treinamento casos de fuga da onça e também qual o esquema de segurança adotado por militares em exibições públicas de animais silvestres. O Ipaam também foi convocado a prestar esclarecimentos sobre o abatimento de Juma.
O CMA já informou que um processo administrativo foi aberto para analisar o caso. A sindicância pode levar a punições a militares responsáveis por Juma. O CMA também já lamentou a morte do animal.
O Comitê Organizador Rio-2016 declarou ter sido um erro autorizar a exibição de Juma junto à tocha olímpica. “Erramos ao permitir que a Tocha Olímpica fosse exibida ao lado de um animal selvagem acorrentado. Essa cena contraria nossas crenças e valores. Estamos muito tristes com o desfecho que se deu após a passagem da tocha”, informou o órgão.