Americana que ficou famosa por nadar em aeroporto vira aposta para Rio-2016
A despeito de ter conquistado três medalhas (dois ouros e uma prata) nos Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, a nadadora norte-americana Kelsi Worrell, 21, ainda não está acostumada aos holofotes. Isso ficou claro na última segunda-feira (27), em Omaha (Estados Unidos), depois de a atleta ter vencido a seletiva do país dos 100 m borboleta para a Olimpíada de 2016, que será realizada no Rio de Janeiro.
A comemoração foi efusiva e cheia de expressões como “não esperava” ou “não acreditava”. Foi o auge esportivo para alguém que até outro dia era mais lembrada por um vídeo publicado no site Youtube.
Em novembro de 2015, Worrell e as companheiras do time de natação da Universidade de Louisville esperavam um voo no aeroporto Raleigh-Durham, na Carolina do Norte. Durante o tempo de ócio, começaram a brincar com a esteira rolante. Simularam movimentos de remo e de natação, e a atleta resolveu gravar. Pouco mais de sete meses depois, o vídeo publicado na rede social Facebook já ultrapassou a marca de 10 milhões de visualizações.
“Eu ainda recebo solicitações de amizade”, contou Worrell ao site NJ.com – o portal de notícias e a atleta são oriundos de New Jersey. “No início foi algo como ‘Uau! Chegamos a cem visualizações’. Aí alguém perguntou quanto era preciso para um vídeo ser considerado viral. Um milhão, provavelmente? Nós pensamos jamais que chegaríamos lá”, completou.
Worrell começou a nadar aos sete anos. Sofria de asma e outros problemas respiratórios, e os treinos na água foram uma forma encontrada pela família para amenizar isso. No colegial, a menina que havia procurado as piscinas para se curar já havia se transformado em promessa.
No entanto, Worrell já era universitária quando os bons resultados na piscina ganharam repercussão em âmbito nacional. Sobretudo depois de março de 2015, quando ela se tornou a primeira norte-americana da história a nadar 100 jardas em menos de 50 segundos (fez 49s43) e derrubou o recorde nacional da distância, que havia sido estabelecido 13 anos antes por Natalie Coughin.
O desempenho de 2015 catapultou Worrell mais uma vez. A nadadora chegou ao Pan de Toronto e amealhou seus primeiros pódios com a seleção nacional. Além disso, tornou-se profissional – assinou com a equipe TYR Sport em maio deste ano.
“Foi chocante, certamente. Não esperava ver um número 1 ao lado do meu nome porque não consegui ver a Dana em nenhum momento. Então fiquei realmente surpresa”, contou Worrell depois da prova.
A revelação ainda tentará outras três vagas em provas individuais dos Jogos Olímpicos de 2016. Worrell está inscrita nos 200 m borboleta, nos 50 m livre e nos 100 m livre, e também pode ser usada em revezamentos. Por isso, é possível que a norte-americana seja figura assídua no pódio do Rio de Janeiro.
Nos 100 m borboleta, assim como aconteceu na seletiva, Worrell chegará aos Jogos Olímpicos sem qualquer favoritismo. A aposta mais segura na prova é a sueca Sarah Sjostrom, 22, que tem dominado as disputas da distância no último ciclo – é a atual campeã e recordista mundial. “Como vai ser minha primeira vez, não sei bem o que esperar. Estou muito empolgada”, disse a norte-americana.
A pouco mais de um mês dos Jogos Olímpicos, a empolgação pode até ser um trunfo para Worrell. Na última vez em que ficou surpresa com um bom resultado, a nadadora virou um sucesso na internet. O desafio agora é repetir essa lógica no Rio de Janeiro.
