Olimpíadas 2016

Magnano quer protagonistas? Huertas diz que sobram atletas assim na seleção

Doug Pensinger/Getty Images
Marcelinho Huertas defendendo o Los Angeles Lakers imagem: Doug Pensinger/Getty Images

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

A falta de protagonismo dos brasileiros em suas equipes na NBA preocupa o técnico da seleção de basquete, Rubén Magnano, para a disputa da Olimpíada do Rio e ele já deixou isso claro em diversas oportunidades. A última delas foi quando anunciou a relação dos 14 pré-convocados para iniciarem os treinamentos neste sábado, em São Paulo.

"Não é simples trazer jogadores que são banco em suas equipes e que sejam protagonistas dentro da sua seleção. Eles precisam ter essa capacidade de virar a chavinha e colaborar de uma maneira que seu clube de origem não pede", afirmou o argentino no dia da convocação.

Um dos que viveram esta situação de ser reserva e atuar pouco na última temporada da liga americana foi Marcelinho Huertas, capitão do time nacional. Ele esteve em quadra em apenas em 53 dos 82 jogos do Los Angeles Lakers e teve média de 16,4 minutos por jogo. Mas para o experiente atleta de 33 anos, isso não faz com que ele ou seus companheiros de seleção deixem de ser protagonistas. Para ele, o time nacional está bem servido de jogadores que podem fazer a diferença.

"É lógico que temos protagonistas. Talvez esta tenha sido uma temporada atípica porque muitos jogadores não tiveram tantas oportunidades. Mas são atletas que já tiveram protagonismo na seleção e até mesmo dentro da NBA. Talvez hoje em dia, o Leandrinho e o Varejão não tenham tanto peso, mas já foram muito importantes em suas equipes, o mesmo acontece com o Nenê, que já foi muito importante no Denver e segue sendo no Washington Temos muito jogadores com esta capacidade de ser protagonista, de se adaptar à seleção e saber o que ele (Magnano) quer", afirmou Huertas em entrevista ao UOL.

Dos atletas citados por Huertas, Varejão teve média de 9,4 minutos no Golden State Warriors, Leandrinho teve 15,9 pelo mesmo time, e Nenê 19,2 minutos nos Wizards.

"Mais recentemente, o Marquinhos foi um cara que tomou as rédeas na seleção. É um cara que chama a responsabilidade e tem um arremesso mortal, uma estatura favorável", analisou.

Apesar do discurso de que são vários os protagonistas, o capitão da seleção não quis apontar quem pode ser o maior destaque do Brasil na Olimpíada e conduzir o time a uma medalha.

"Isso é questão de vocês (jornalistas) saberem decidir. Vocês conhecem o perfil de cada um. Os louros são vocês que tem de dar, e não a gente", disse.

Huertas afirmou também que o pouco tempo de quadra que teve na NBA nesta temporada não foi de todo o ruim pensando em sua preparação para a Olimpíada após diversos anos atuando como titular do Barcelona (ESP) e acumulando muitos minutos em quadra.

"Este ano, me sinto fisicamente melhor do que nos outros. Não que em anos passados tenha me apresentado com dor, mas o corpo sente a longo prazo. O cansaço acumulado acaba fazendo a diferença em uma competição como a Olimpíada em que você joga um dia sim, e outro não. Não ter jogando tanto na NBA foi ruim por um lado, mas bom por outro. Pude descansar, o que não consegui fazer em outras oportunidades quando estava jogando direto até meados de junho", disse o armador, que não disputa uma partida desde 13 de abril.

Topo