Olimpíadas 2016

Café e sono atrasado: Brasil se arma para virar madrugada na Rio-2016

Apesar do horário avançado, a Arena Carioca 1 recebeu mais de 9,5 mil pessoas em vitória do Brasil no Vôlei

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

Com uma boa atuação, o Brasil venceu os Estados Unidos por 3 a 1 na noite do último sábado (18) e obteve um resultado importante na prévia de um aguardado duelo olímpico no vôlei masculino. O resultado dentro de quadra pela Liga Mundial, no entanto, não era a única coisa que importava de olho nos Jogos Rio-2016. A partida na Arena Carioca serviu ainda para testar a logística diante de outro aniversário da competição de agosto: o horário avançado que promete fazer os jogos entrarem pela madrugada.

Atendendo a pedidos de TV Globo e Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), o jogo “corujão” que começou sábado, por exemplo, só terminou no domingo – à 1h35. E os jogadores brasileiros, embalados pela boa vitória, disseram não ver grandes problemas com a hora, revelando ainda as armas para superar a noite no ginásio.

“Acabou que não influenciou em nada. Atrasamos toda a nossa programação durante o dia, inclusive o sono, e chegamos bem aqui. Acordamos mais tarde, fizemos o treino da manhã por volta de 13h, descansamos à tarde e até jantamos antes do jogo. Deu certo. Foi bom”, contou o levantador Bruninho.

“O jeito foi atrasar a programação. E também demos uma reforçada no café depois da janta. Bebemos uma quantidade boa. Deu certo. Com certeza usaremos nas Olimpíadas”, completou Eder.

Palestra, “maquininha” e óculos especial

Destaque da seleção na partida, o central ainda detalhou a preocupação da comissão técnica com a situação. Departamento médico e responsáveis pela programação dos atletas estudam os recursos que vêm sendo estudados para as Olimpíadas.

“São duas dificuldades: não deixar o sono bater à noite e controlar a adrenalina após o jogo. Fica ruim de dormir. Chegaremos na Vila tarde, até comer, tomar banho relaxar... demora muito. Estamos vendo todas as possibilidades. Já tivemos palestra sobre sono, testamos uma ‘maquininha’ que colocamos na mão e vai diminuindo a temperatura corporal após o jogo e até óculos com luzes acima da vista para manter a galera ligada antes. É uma luz branca forte. Temos que testar. Existe até a melatonina [hormônio que regula o sono], mas não é regulamentado no Brasil. Ainda assim, acredito que estamos preparados. Temos desafios de horários sempre, inclusive com fuso em jogos fora do país”, disse Eder.

Antes da luta contra o sono nas Olimpíadas, o Brasil briga por uma vaga na fase final da Liga Mundial. Invicto neste primeiro final de semana, a seleção de Bernardinho volta à quadra na próxima quinta-feira (23), quando encara a Sérvia em Belgrado. O time ainda pega o Irã na sexta (24) e, fechando o grupo F, a Bulgária, no sábado (25).

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