Flagrada em antidoping, Etiene alegará erro médico ao fazer inalação

Guilherme Costa
Do UOL, no Rio de Janeiro
Christophe Simon/AFP Photo
Etiene Medeiros, nadadora brasileira, no Mundial de esportes aquáticos em Kazan (Rússia)

Flagrada em exame antidoping realizado no dia 8 de maio deste ano, a nadadora Etiene Medeiros, 25, vai alegar erro médico ao fazer uma inalação. Atleta e CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) ainda não se pronunciaram oficialmente sobre o caso, mas a tese que está sendo usada na defesa é a de que aconteceu uma falha humana no preenchimento da documentação de um processo corriqueiro.

Etiene tem problemas respiratórios e fez uma inalação de rotina. Em casos assim, médicos devem fazer um documento chamado TUE (Terapia Única de Exceção) explicando o problema e mandar a avaliação para uma junta médica. Esse grupo julga o pedido e determina se é lícito usar a substância.

“É normal fazer isso, principalmente com inalação e bombinha de quem tem asma. A médica não fez esse documento, e pelo que eu sei o caso vai por aí”, contou Marcus Vinicius Freire, 53, diretor-executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

A entidade tem dado suporte na defesa, que será conduzida por Marcelo Franklin, especialista em casos de doping. Ele trabalhou com Cesar Cielo em 2011, quando o nadador foi acusado de uso de substância ilícita, e também tem como cliente a velocista Ana Claudia Lemos, flagrada em exame realizado neste ano.

“Vamos auxiliar na defesa porque foi uma inalação, que muitas vezes é necessária, e isso é simples de ser protegido. O caso não é do COB, mas esperamos que o recurso seja aceito e que ela esteja conosco no dia 5 de agosto”, completou Freire em alusão à data de início dos Jogos Olímpicos.

Etiene é atualmente o maior nome da natação brasileira feminina. O exame antidoping em que ela foi flagrada apontou uso de Fenoterol, um fármaco utilizado como antiasmático que tem efeito broncodilatador. A substância também estimula receptores adrenergéticos de outros órgãos, aumentando a força de contração cardíaca e estimulando a produção de eritropoietina e anabolizantes.

A contraprova também deu resultado positivo, e o julgamento de Etiene ainda não foi marcado. Segundo informou a ABCD (Agência Brasileira de Controle de Dopagem), a atleta se colocou em suspensão voluntária a partir de 3 de junho.

Na última quarta-feira (15), depois de o resultado ter sido divulgado, o Ministério do Esporte suspendeu o pagamento de Bolsa Pódio a Etiene – ela recebia R$ 8 mil mensais por estar entre as 20 melhores do planeta.