Olimpíadas 2016

Brasil apaga frustração de 2015 e atropela Irã em estreia na Liga Mundial

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Em busca do 10º título, Brasil estreou bem na Liga Mundial imagem: FIVB/Divulgação

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Era preocupante a última imagem que o vôlei masculino do Brasil havia deixado para sua torcida. Em 2015, a despeito de ter jogado em casa na fase final, o time comandado por Bernardinho não conseguiu um lugar sequer entre os quatro primeiros da Liga Mundial. Nesta quinta-feira (16), novamente no Rio de Janeiro, um pouco dessa frustração começou a ser dissipada. Na estreia da edição 2016, a seleção sul-americana passou bem pelo Irã e venceu por 3 sets a 0 (parciais de 25/19, 25/16 e 28/26).

"Foi só um primeiro passo, mas a gente sabe que uma vitória dessas deixa a gente mais esperançoso", avaliou o levantador Bruninho. "O Irã é uma equipe que já vinha jogando e que disputou um classificatório agora contra equipes fortes. É um time muito difícil de se jogar contra, mas a gente se portou bem – principalmente no segundo set", completou o ponteiro Lucarelli.

Os próximos desafios na Liga Mundial são contra a Argentina, nesta sexta (17), e os Estados Unidos, no sábado (18), ambos no Rio de Janeiro. A reta final do torneio será na Polônia, em julho.

Brasil tira aprendizado de derrota

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A campanha do Brasil na fase final da Liga Mundial de 2015 foi especialmente marcante. Mesmo com o apoio de um Maracanãzinho cheio, a seleção anfitriã foi eliminada num grupo em que também estavam Estados Unidos e França – apenas o último colocado ficaria fora da etapa seguinte. Treinador e jogadores trataram o resultado como "lição importante" na época, mas foram cobrados por isso.

"Ainda bem que perdeu ali e não no ano seguinte. Foi a minha conversa com o Bernardinho, e nós somos amigos há anos. Ainda bem que a derrota aconteceu ali, com tempo para puxar o ouvido dos moleques", contou Marcus Vinicius Freire, diretor-executivo de esportes do COB (Comitê Olímpico do Brasil).

Bernardinho resgata Wallace e Murilo

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Nesta quinta-feira, porém, a mudança do Brasil foi muito além de um puxão de orelha em relação ao desempenho do ano passado. O time de Bernardinho resgatou armas que estavam indisponíveis na fase final da Liga Mundial de 2015, como o oposto Wallace (que estava lesionado) e o potencial ofensivo do ponteiro Murilo (que voltava de um problema no ombro).

Com um ataque mais bem distribuído do que havia tido em 2015, o Brasil conseguiu dar mais opções ao levantador Bruninho. Prova disso é que o ataque dos donos da casa teve enorme volume, mas não contou com um pontuador de mais destaque - Lucão foi o principal anotador da partida, com 17, mas Lucarelli contribuiu com 16 e Wallace fez outros 11.

"A gente tem algumas coisas que no início de trabalho são importantes. O entrosamento que eu tenho com o Lucão, por exemplo, nos ajuda a rodar a bola nas horas mais agudas. De vez em quando, jogando contra uma equipe chata como a do Irã, que defende muito, você precisa de bolas de confiança. No início de trabalho, isso ainda falta com outros jogadores por causa de entrosamento", explicou Bruninho.

Seleção tenta quebrar jejum

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imagem: FIVB/Divulgação

O Brasil tem nove títulos na história da Liga Mundial, mas não vence a competição desde 2010. Nas últimas três partidas que havia feito na competição, o time comandado por Bernardinho havia registrado apenas uma vitória (contra os Estados Unidos, na fase final do ano passado).

Já o Irã manteve uma preocupante instabilidade na reta final do ciclo olímpico. A seleção que disputa a Liga Mundial pela quarta vez havia subido de um nono lugar em 2013 para a quarta posição no ano seguinte. Na temporada passada, não conseguiu vaga na fase final.

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