Segurança, gratuidade e exclusividade. Presidente do COI pega trem no Rio
Vinicius KonchinskiDo UOL, no Rio de Janeiro (RJ)
Faltando 51 dias para o início da Olimpíada de 2016, o presidente do COI (Comitê Olímpico Internacional), Thomas Bach, resolveu conhecer os trens do Rio de Janeiro. O alemão foi na manhã desta quarta-feira (15) da Central do Brasil ao Parque de Deodoro, área de competição da Rio-2016, usando o sistema transporte público que também atenderá a turistas durante os Jogos Olímpicos. Viveu, entretanto, uma experiência muito diferente daquela experimentada diariamente por 700 mil passageiros da Supervia.
Presidente do COI não paga passagem
Antes mesmo de iniciar sua viagem de trem rumo a Deodoro, Thomas Bach já ganhou um privilégio: entrou na estação Central da Brasil por um acesso exclusivo e não pagou passagem. Bach, aliás, estava acompanhado de uma comitiva de membros do COI, do Comitê Organizador Rio-2016 e de jornalistas. Ninguém pagou.
O presidente do COI nem sabe que a passagem de trem no Rio custa R$ 3,70. Questionado sobre a tarifa e sobre a gratuidade, ele chamou um representante da Supervia para informar que gostaria de pagar sua passagem. Não foi cobrado.
Trem especial à disposição do COI
Além de não pagar a passagem, o presidente do COI viajou num trem especial, reservado exclusivamente a sua comitiva. A composição, entre as mais novas da frota que circula no Rio, era também uma das que está especialmente decorada com adesivos da Rio-2016.
O trem ficou numa plataforma exclusiva da Central do Brasil à espera de Thomas Bach. O alemão chegou 15 minutos atrasado à estação. A saída foi retardada.
Vagão vazio e com segurança reforçada
A viagem do presidente do COI até Deodoro foi agradável. Bach e outros membros do comitê olímpico viajaram em um vagão vazio, limpo e com lugares de sobra para sentar. Bach viajou de pé, conversando com jornalistas e cercado por seguranças e policiais federais. Disse que estava gostando da experiência.
"É muito bom experimentar o legado da Olimpíada junto às pessoas", afirmou ele.
Bach, então, foi lembrado que não havia pessoas comuns no trem. Respondeu sorrindo aos repórteres: "vocês também são pessoas."
Viagem direta em dia de problemas no sistema
Bach chegou à estação Vila Militar, uma das que dão acesso ao Parque de Deodoro, cerca de 30 minutos após deixar a Central do Brasil. O trem em que ele estava não parou, o que tornou a viagem mais rápida. Normalmente, o trajeto dura 45 minutos.
Isso, claro, caso não haja problemas nas linhas de trem. Nesta quarta-feira, horas antes de Bach embarcar, a circulação de trens da Supervia foi prejudicada por falta de energia perto da estação Engenho de Dentro, que dá acesso ao Engenhão, estádio de atletismo da Rio-2016. A falha foi resolvida após cerca de três horas.
Bach nem notou o problema. Foi avisado por jornalistas. Lembrou que falhas acontecem no sistema de transporte de qualquer grande cidade do mundo.