Estúdio da Globo dentro do Pq. Olímpico ficará livre de protestos e sombras

Guilherme Costa e Pedro Ivo Almeida
Do UOL, no Rio de Janeiro
Divulgação/Rede Globo
Imagem do projeto mostra como deverá ficar o estúdio da TV Globo dentro do Parque Olímpico

O Parque Olímpico da Barra da Tijuca, coração dos Jogos Olímpicos de 2016, ainda tem obras em andamento para a competição cujo início está marcado para o dia 5 de agosto. No entanto, não são apenas as arenas esportivas que recebem últimos ajustes. Bem no centro do equipamento sediado na Barra da Tijuca, a poucos metros dos ginásios, homens finalizam um prédio de 500 metros quadrados e três andares, com fachada de vidro nos dois pisos superiores. O estúdio panorâmico, que servirá como "casa" para Globo e Sportv, é uma das principais apostas da emissora para a cobertura da competição e funciona como demonstração de poder da empresa de mídia na Rio-2016. Até as árvores que circundam o aparato foram planejadas para não criar sombra nos programas da TV, e os estúdios foram montados acima do nível da rua para evitar protestos.

A escolha do segundo e do terceiro andar para os estúdios de vidro também tem relação com a visão panorâmica – quanto mais alto, melhor a vista do Parque Olímpico. Contudo, o principal motivo para o equipamento ter evitado o nível da rua foi a fuga de protestos: como Globo e Sportv farão transmissões ao vivo dali, havia um temor de que transeuntes fizessem manifestações ou mostrassem cartazes atrás do vidro.

A Globo teve imenso poder de decisão em todos os detalhes relacionados à área do estúdio. O posicionamento e até o plantio de árvores foi feito de acordo com o padrão de sombra que a TV queria para o prédio. A versão original foi vetada pela emissora, que depois chegou a encomendar estudos sobre crescimento das plantas para planejar o tamanho que elas ficariam, área das copas e tamanho das folhas.

O próprio projeto da emissora para os Jogos é uma demonstração do quanto os estúdios serão relevantes. O andar debaixo será usado para circulação, mas será restrito a VIPs da emissora e de parceiros diretos.

"Desenvolvemos um espaço lindo, tecnológico, interativo e estrategicamente localizado com uma visão incrível do parque. É a casa da Globo, no coração da Olimpíada. Estamos prontos para levar as informações de uma forma dinâmica para o público", disse o diretor-executivo de esportes da Globo, João Pedro Paes Leme.

Pedro Ivo Almeida/UOL

Construído no espaço em que anteriormente era o Autódromo de Jacarepaguá, o Parque Olímpico vai sediar 16 modalidades esportivas nos Jogos Olímpicos. O estúdio da Globo fica ao lado das Arenas Cariocas, que receberão competições de basquete, judô, lutas, taekwondo e esgrima.

O poder que a Globo teve nas decisões sobre o Parque Olímpico e o estúdio é uma novidade na história dos Jogos. A emissora já era parceira de transmissão em edições anteriores, mas em 2016, além de estar em casa, desfruta de status de patrocinadora oficial do evento. O contrato com o comitê organizador foi fechado em junho do ano passado e abarca quatro marcas da empresa de mídia (Globo, Globosat, Infoglobo e Sistema Globo de Rádio).

Por ter status de patrocinadora, a Globo terá acessos que não são apenas para a mídia. A emissora terá direito a abrir o Parque Olímpico a convidados, por exemplo, e o estúdio servirá também para receber esse público.

O projeto da Globo para os Jogos Olímpicos deste ano envolverá um total de 2 mil profissionais. O estúdio terá como destaque um telão interativo para projeções visuais e holográficas.