Após roubo na Copa, agência terá "guarda-costas" para jornalistas na Rio-16
Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
Segundo o ISP (Instituto de Segurança Pública, órgão ligado ao Governo do Estado do Rio de Janeiro), o Estado que sediará a próxima edição dos Jogos Olímpicos teve 38.461 roubos de rua no acumulado de janeiro a abril de 2016 – número que representa crescimento de 23,7% em relação ao mesmo período no ano anterior. Aliada ao histórico da Copa do Mundo de 2014, que também foi realizada no Brasil, essa estatística tem servido como um sinal de alerta para jornalistas estrangeiros que vão trabalhar no país durante a Rio-2016. A agência de notícias Reuters, por exemplo, recorreu a segurança individual para tentar minimizar os riscos.
Fotógrafos e cinegrafistas contratados pela empresa para os Jogos Olímpicos deste ano serão submetidos a monitoramento constante por seguranças, incluindo os períodos de folga – o nome da empresa que fará esse trabalho é mantido em sigilo. Três funcionários da Reuters confirmaram ao UOL Esporte que existirá um esquema especial de controle e que eles terão de comunicar todas as movimentações que fizerem na cidade.
Durante os Jogos, esses jornalistas serão autorizados a andar sem segurança apenas nos momentos em que estiverem sem equipamento. Ainda assim, terão de avisar previamente o itinerário e o tempo de permanência em cada local.
O esquema foi criado principalmente por causa de um episódio envolvendo jornalistas da Reuters antes da Copa do Mundo de 2014. Dois deles foram assaltados no Rio de Janeiro e perderam cerca de R$ 20 mil em equipamentos da empresa. Por isso, a segurança será especialmente voltada aos profissionais de imagem.
Em abril, de acordo com o ISP, o Rio de Janeiro teve alta de 41,5% em assaltos a ônibus e 22,4% em assaltos a pedestres (novamente, a comparação é com a temporada passada). O índice de roubos de celular subiu 64,15% de um ano para outro.
De acordo com o site “Onde fui roubado”, os bairros com maior incidência de ações criminosas no Rio de Janeiro são, na ordem, centro e Barra da Tijuca. A região na zona oeste da cidade abriga o Parque Olímpico, coração dos Jogos de 2016.
O Rio de Janeiro terá um reforço de segurança para os Jogos Olímpicos. A cidade receberá 38 mil soldados das Forças Armadas e 9,6 mil homens da Força Nacional para reforçar o efetivo local.
Informalmente, nenhuma empresa de conteúdo relatou preocupação ou esquema similar. A Reuters foi procurada para comentar oficialmente o modelo de proteção a jornalistas para a Rio-2016, mas não quis se posicionar sobre esse assunto.