Jornais americanos lembram Muhammad Ali como titã do boxe e campeão da vida
Do UOL, em São PauloA morte de Muhammad Ali na madrugada deste sábado provocou grande comoção nos Estados Unidos. Os jornais do país dão grande destaque ao campeão do boxe que entrou para a história não só pelos seus feitos no ringue, mas também por sua história de ativismo político.
O The New York Times destaca em seu site que morreu um “titã do boxe e do século XX”. No artigo, Ali é descrito como uma das figuras mais carismáticas que “transcendeu o esporte e ajudou a definir uma época turbulenta”.
Na mesma linha, o USA Today destaca que Muhammad Ali foi um “campeão dentro e fora dos ringues de boxe”. No texto, é lembrado que “Ali deu voz a milhões de pessoas que de outra forma não teriam tido nenhuma” e que a morte derrotou o “The Greatest”, mas “não os princípios de liberdade, justiça e paz” que ele levou adiante.
O jornal ainda dá destaque a um artigo escrito em 2010 pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, por ocasião dos 50 anos do início da carreira internacional de Ali. Nele, Obama diz que sempre admirou o boxeador por sua “capacidade única de reunir força e coragem extraordinária em face da adversidade, para navegar a tempestade e nunca perder o seu caminho”.
Muhammad Ali estava internado desde a quinta-feira em decorrência de problemas respiratórios. Foi a última de diversas internações pelas quais passou o norte-americano nos últimos anos por problemas como pneumonia e infecção urinária. Há mais de três décadas ele sofria de mal de Parkinson, e suas aparições públicas estavam cada vez mais raras.
Medalhista de ouro nos Jogos de Roma-1960, em sua única participação olímpica, Ali logo tornou-se pugilista profissional. O primeiro de seus três títulos internacionais foi conquistado em 1964. Ele terminou a carreira com 56 vitórias, 37 delas por nocaute, após 61 lutas.
Fora dos ringues, Ali se destacou por seu ativismo político. Ele, por exemplo, se recusou a integrar o exército dos Estados Unidos em oposição à Guerra do Vietnã, sendo sentenciado à prisão e suspenso do boxe por três anos pelo estado de Nova York em 1967.