Maria Lenk não está pronto a 2 meses da Rio-16. E pior: atrasado nas obras
Essa reforma, orçada em R$ 21,4 milhões, deveria ter sido concluída em fevereiro. Acontece que, por conta de atrasos em obras elétricas no espaço, a entrega do Maria Lenk foi adiada para o mês de maio. Prefeitura e construtora Benge chegaram a assinar um aditivo ao contrato da obra prorrogando o prazo de execução da reforma.
Quando maio chegou, entretanto, as obras elétricas ainda não haviam ficado prontas. Construtora e município, então, voltaram a negociar. No último dia 10, um novo aditivo contratual foi firmado. Desta vez, o termo estabeleceu que a reforma do Maria Lenk será finalizada no final deste mês.
Segundo a prefeitura, os dois aditivos não alteraram o valor da reforma.
Maria Lenk ainda precisa construir nova piscina
A questão da energia é apenas um dos problemas que o Maria Lenk precisa solucionar até o início dos Jogos Olímpicos. A obra de última hora no aparato também inclui a construção de uma nova piscina de aquecimento, exigência da Fina (Federação internacional de esportes aquáticos) para acomodar três modalidades no local (saltos ornamentais, nado sincronizado e a primeira fase do polo aquático).
O processo de escolha do Maria Lenk como sede do polo aquático foi norteado por um desgaste na relação entre Fina e os responsáveis pela organização da Rio-2016. O equipamento foi escolhido em novembro para receber a primeira fase da modalidade, que originalmente seria disputada no Júlio Delamare, retirado em maio de 2015 da lista de instalações olímpicas. Desde então, houve troca pública de farpas entre a entidade que comanda os esportes aquáticos e o comitê local dos Jogos.
Em fevereiro, a Fina revelou que só havia admitido o acúmulo de três modalidades no Maria Lenk mediante a construção de uma nova piscina de aquecimento - o aparato já tem um espaço desse tipo. Como havia pouco tempo e nenhum dinheiro, o comitê organizador recorreu a um plano do governo federal para o Parque dos Atletas, situado na área em que normalmente é realizado o Rock in Rio.
O plano do Estado para o Parque dos Atletas contabilizava três piscinas, num custo total de até R$ 24 milhões. O menor desses tanques, com 15m x 24m, será instalado no Maria Lenk.
Problemas em eventos-teste
O Maria Lenk é uma das nove arenas esportivas do Parque Olímpico do Rio. Neste ano, já foi usado em eventos-teste de salto e nado sincronizado. Em ambos, problemas na arena foram motivo de queixas.
Em fevereiro, durante o teste de saltos ornamentais, houve apagões em ao menos dois dias. Já em março, na competição de nado sincronizado, sujeira na piscina e vestiários desagradaram atletas.
Ricardo de Moura, superintendente da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos), disse que melhorias foram solicitadas à prefeitura e ao Comitê Organizador Rio-2016. Ele não quis opinar sobre o andamento da reforma do Maria Lenk visando a sua adequação para os Jogos Olímpicos.
"Os problemas já foram apontados várias vezes. A Prefeitura e o Comitê Rio-2016 estão cientes. O cronograma de obras é com eles", disse o dirigente.
A prefeitura informou que as obras elétricas no Maria Lenk vão solucionar problemas verificados em eventos-teste. Já o Comitê Rio-2016 informou que o espaço estará apto a receber provas olímpicas em agosto.