UFC se interessa por ginásio, e donos planejam cassino no Parque Olímpico
Jorge Corrêa, Rodrigo Mattos e Vinicius KonchinskiDo UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro
Além de dar nome ao espaço, o UFC quer realizar na arena eventos da franquia e instalar ali alguns setores de sua administração. A Arena Carioca 3 tem capacidade para receber até 10 mil pessoas e, na Olimpíada, será sede das competições de taekwondo e esgrima.
Vale ressaltar que, de acordo com os planos do UFC, o evento continuaria viajando pelo Brasil para fazer cards em outras cidades, mesmo com a “Arena UFC” no Rio.
Concorrência vai definir administrador
O uso das arenas olímpicas pós-2016 é uma das grandes preocupações da prefeitura do Rio de Janeiro. Visando a garantir o legado dos equipamentos esportivos, o município planeja fazer uma parceria com empresas para que elas assumam a manutenção dos espaços e os explorem comercialmente.
Na última segunda-feira (23), aliás, o município lançou uma consulta pública para elaborar uma concorrência que deve definir o futuro administrador das arenas do Parque Olímpico. Prazo de contrato, valor de investimentos e outros detalhes ainda não foram divulgados.
No plano inicial da prefeitura, ao menos uma arena olímpica, justamente a Arena Carioca 3, ficaria reservada para realização de shows e grandes eventos esportivos. É justamente nesse espaço que executivos do UFC estão de olho. Representantes da franquia já entraram em contato com pessoas da prefeitura e até vistoriaram o local.
O UOL Esporte apurou que a empresa de origem francesa GL Events também já manifestou interesse em administrar as arenas olímpicas do Rio. Hoje, a companhia já detém a Arena HSBC, que fica no Parque Olímpico, e o Riocentro, centro de convenções vizinho à área de competições da Rio-2016. Ainda não se sabe se o UFC poderia fazer uma parceria ou concorreria com ela na licitação do parque.
A prefeitura foi procurada pela reportagem para comentar o interesse do UFC sobre o Parque Olímpico, mas não se pronunciou. Já a franquia norte-americana não confirma o negócio, disse apenas que "o Brasil é um mercado muito importante para o UFC e continuamos a investir na construção da marca e do MMA em todo o país, como evidenciado pelo UFC Curitiba, que quebrou recordes no Brasil. A organização não tem estes planos definidos no momento, mas está sempre atenta a futuras oportunidades."
Cassino no Parque Olímpico
Os donos do UFC não estão de olho apenas em uma das Arenas para dar ter o nome do evento fincado no coração do Parque Olímpico. Os irmãos Frank e Lorenzo Fertitta também querem outra construção no local para entrar com o maior braço de seus negócios. Já há estudos para que a Fertitta Entertainment adquira o prédio do IBC (International Broadcast Center, o centro de imprensa) para a construção de um cassino.
O espaço pertence à construtora do Parque Olímpico, a concessionária Rio Mais (composta pela Odebrecht, Andrade Gutierrez e Carvalho Hosken). Procurada pelo UOL Esporte, a empresa informou que desconhece o interesse dos Fertitta sobre o imóvel.
É importante deixar claro que Fertitta Entertainment e o UFC são empresas distintas, com administrações separadas, apesar de terem os irmãos como sócios majoritários.
Mas cassinos não são proibidos no Brasil? Sim, mas por enquanto. Tramita em ritmo rápido no Congresso Nacional a liberação e regulamentação de jogos de azar. Cientes disso, os norte-americanos já dão os primeiros passos para abrirem sua primeira casa no Brasil, usufruindo da infraestrutura que será deixada depois dos Jogos Olímpicos.
Frank e Lorenzo Fertitta são donos de uma rede de cassinos com 20 unidades nos Estados Unidos, sendo três na região de Las Vegas (mas nenhum na avenida principal, a Strip). De acordo com a famosa lista da revista Forbes, cada um dos irmãos é dono de uma fortuna estimada em US$ 1,6 bilhão. Juntos, eles são a 90ª família mais rica dos EUA.