Olimpíadas 2016

Palestra e revezamento da tocha: o futuro de Cesar Cielo na Rio-2016

CHRISTOPHE SIMON/AFP

Fabio Aleixo e Guilherme Costa

Do UOL, em São Paulo e no Rio de Janeiro

Poucas ausências serão mais notadas na delegação brasileira que vai às Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, do que Cesar Cielo, 29. Tricampeão mundial dos 50 m livre e dono de três medalhas em Jogos (ouro nos 50 m livre e bronze nos 100 m livre em Pequim-2008; bronze nos 50 m livre em Londres-2012), o maior nome da história do país nas piscinas falhou nas seletivas nacionais e acabou alijado da competição deste ano. Ainda no Estádio Aquático, chorou, pediu desculpas pelo desempenho e rechaçou ser convidado para o revezamento 4x100 m livre. Contudo, isso não encerrou a história de Cielo com a Rio-2016. Entre conversas com atletas e o revezamento da tocha, o atleta tem uma série de convites para seguir associado ao evento. Porém, ainda não decidiu se aceitará ou não as ofertas feitas a ele.

Cielo foi chamado para conduzir a tocha olímpica em Brasília. A ideia do Comitê Organizador era ter o nadador entre os primeiros brasileiros da lista, mas ele recusou a proposta – a chama chegou à capital federal no dia 3 de maio, 13 dias depois de ele ter sido superado por Bruno Fratus e Ítalo Duarte na seletiva nacional dos 50 m livre.

Depois da frustração, Cielo preferiu se fechar e ficar com a família – ele é casado com a modelo Kelly Gisch, e ambos são pais de Thomas, de sete meses. “Vou tirar uns dias de férias. Não tenho por que voltar a treinar na segunda-feira. Vou descansar um pouco, agora”, disse o nadador em abril, logo depois de ter ficado fora dos Jogos.

“O Cesar sempre foi assim. Nas vitórias e nas derrotas, ele sempre foi um cara de ficar sozinho depois. Nós achamos natural que tenha acontecido isso agora”, disse um importante dirigente do COB (Comitê Olímpico do Brasil) ao UOL Esporte.

Convites vão desde palestras a conduzir tocha em Campinas

No período de luto, Cielo foi interpelado várias vezes pelo COB e pela CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). Um dos assuntos colocados na mesa foi a participação do nadador na Rio-2016. Não nas piscinas, mas como esteio para os atletas mais jovens.

O COB chegou a convidar Cielo para uma palestra para atletas classificados aos Jogos. Novamente, o nadador declinou. No entanto, comitê e CBDA ainda esperam que ele queira participar da preparação nacional de alguma forma. O mais provável é que ele converse com atletas e que ajude em assuntos como relação com pressão e adaptação à Vila Olímpica, mas a frequência e a abrangência desse trabalho dependerão basicamente do interesse do nadador.

Quanto ao revezamento da tocha, o convite segue aberto. O mais provável agora é que Cielo conduza a chama olímpica em Campinas, no interior de São Paulo – a cidade é próxima de Santa Bárbara D’Oeste, onde o atleta nasceu. Este convite partiu do COB. Mais uma vez, porém, a decisão de participar e o formato da participação dependerão dele. E uma resposta ainda não foi dada.

O convite para o revezamento tem um aspecto interessante sobre a participação de Cielo na Rio-2016. O Comitê Organizador estabeleceu uma regra de que ninguém vai carregar duas vezes a chama. Portanto, ao ter a chance de escolher qualquer cidade no percurso, o nadador está fora da reta final. Por tudo que representa, ele era um dos nomes cotados para acender a pira olímpica no Maracanã, na cerimônia de abertura dos Jogos.

Cielo foi procurado pela reportagem do UOL Esporte, mas a assessoria de imprensa do nadador disse que ele não pretende se pronunciar no momento.

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