Prefeito do Rio diz que Olimpíada é apartidária e quer ajuda de ex-ministro
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, disse nesta quinta-feira que a mudança de governo no país não vai ter influência nos preparativos da cidade para os Jogos Olímpicos e convidou o ex-ministro Ricardo Leyser a continuar ajudando.
Leyser assumiu o cargo de ministro interino no final de março, ao substituir George Hilton. Ele era secretário nacional de Alto Rendimento e por isso participou da preparação do Rio para os Jogos, que começam em 5 de agosto.
“A gente confia nas instituições... decisão da equipe é do novo ministro de quem permanece. Adoraria ter o Leyser trabalhando aqui comigo na preparação dos Jogos e já dei até uma cantadinha nele para vir dar uma ajudinha”, afirmou Paes a jornalistas.
Ainda não há definição sobre a participação de Leyser no novo governo, que terá o deputado Leonardo Picciani (PMDB-RJ) como ministro do Esporte. No entanto, o partido de Leyser, o PCdoB, era da base governista da presidente afastada Dilma Rousseff, alvo de processo de impeachment e cujo afastamento foi aprovado pelo Senado nesta manhã. O vice-presidente Michel Temer assumiu o governo interinamente.
Em discurso ao dar posse a seu ministério, Temer disse que o Brasil estará no centro do mundo com Olimpíada no Rio.
Em Brasília, pouco antes de tomar posse, Picciani afirmou que a Olimpíada será bem-sucedida e que ajudará na imagem do país.
"Os Jogos Olímpicos no Brasil serão sucesso absoluto e certamente engrandecerão a imagem do Brasil perante a comunidade internacional, e também deixarão legado em benefício da população", afirmou o novo ministro.
Na semana passada, o prefeito do Rio disse em entrevista à Reuters ter recebido um telefonema do então vice-presidente Temer, em que assumiu o compromisso de ajudar o Rio de Janeiro na reta final da preparação para a Olimpíada.
“Torço para que as coisas se acertem no Brasil e ninguém pode estar feliz com uma crise política, impeachment. Nada disso é bom. Mas as Olimpíadas pertencem a uma agenda que não pertence a partido nenhum, a coloração nenhuma. É uma agenda do Brasil e da mesma maneira que a presidente Dilma vinha conduzindo os Jogos, assim será a atenção do presidente Michel Temer”, disse Paes nesta quinta.
O presidente do Comitê Organizador dos Jogos, Carlos Arthur Nuzman, aposta no sucesso do evento mesmo com o afastamento de Dilma a menos de três meses da abertura. “(A mudança) não vai impactar os Jogos. Temos apoio dos três níveis de governo e vamos continuar trabalhando. Todos já manifestaram apoio e vamos ter Jogos espetaculares”, declarou ele.