Rival grego de Zanetti não teme torcida no Rio: 'A pressão é grande nele'
Fábio Aleixo e Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
Em um esporte subjetivo como a ginástica, no qual qualquer décimo a mais dados pelos árbitros podem fazer a diferença entre um ouro e uma prata, o clamor vindo das arquibancadas pode influenciar diretamente no resultado final. E isso pode ser um trunfo para os brasileiros na Rio-2016.
Nas argolas, existe uma boa tendência entre a disputa ficar polarizada entre o atual campeão olímpico Arthur Zanetti e o atual campeão mundial Eleftherios Petrounias. Mas o grego, que foi derrotado por apenas 0,33 pontos no evento-teste na última segunda-feira no Rio de Janeiro, garantiu não ter temor da torcida durante a Olimpíada e da possível pressão que poderá sofrer das arquibancadas.
"Claro que é mais difícil vencer o cara da casa e enquanto eu fazia a minha apresentação eu ouvia a torcida e sei que tentavam me pressionar. Mas existe uma pressão grande nele (Zanetti) por estar competindo em casa", afirmou Petrounias ao UOL Esporte.
O grego também minimizou a influência que os árbitros podem ter e afirmou acreditar na lisura dos julgadores.
"Acredito que os juízes devem ser justos. E se forem justos, o melhor de fato vencerá", afirmou.
Petrounias e Zanetti, apesar de rivais, se tratam com muito respeito. Após a decisão do evento-teste, ambos se cumprimentaram e trocaram algumas palavras no pódio.
No discurso dos dois é possível ver a cordialidade e uma admiração mútua pelo trabalho do outro.
"É sempre uma grande batalha entre eu e o Zanetti, na qual qualquer detalhe pode fazer a diferença. E é bom ver que ninguém é invencível. Trata-se de fazer a coisa certa no momento certo", disse o grego.
"(No pódio) eu dei o parabéns a ele, pois foi uma competição muito difícil. Eu o agradeci pois foi graças a ele que eu tive um grande resultado (no evento-teste), Por causa do resultado no Mundial, ele era o cara a ser batido", disse o brasileiro.
Zanetti e Petrounias apresentaram uma rotina de exercícios muito parecida nesta semana no Rio, mas para a Olimpíada o grego garantiu que pode apresentar algumas inovações a fim de surpreender.
"Penso que é possível aumentar a dificuldade e vir aqui com algo melhor, e quem sabe vencer ou não", afirmou Petrounias.
Ginasta será o primeiro a carregar a tocha olímpica
Petrounias é um ídolo do esporte grego e foi escolhido como o porta-bandeira do país nos Jogos Europeus de Baku de 2015. Mas a melhor noticia para ele chegou há duas semanas, quando o Comitê Olímpico Helênico o confirmou como o primeiro atleta a carregar a tocha olímpica no revezamento que terá início nesta quinta-feira em Olímpia. Será ele o responsável por passar o fogo ao brasileiro Giovane Gávio.
Por causa disso, Petrounias deixou o Rio de Janeiro na noite de terça-feira e chegará à Atenas nesta quarta, de onde seguirá direto para o local do acendimento da tocha.
"Tina em minha mente este desejo e que poderia ser escolhido como o primeiro condutor, mas você nunca pode esperar por algo assim", afirmou o ginasta de 25 anos que fará no Rio a sua estreia em Olimpíadas.
"A Grécia é o lugar do nascimento dos Jogos e ser escolhido é a maior glória que poderia acontecer comigo. Ser o primeiro a fazer parte do revezamento é algo único, uma honra que não terei de novo na minha vida", disse.