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Campeã olímpica aprova trabalho inédito por Rio-16 e se vê madura na Rússia

Gaspar Nobrega/Inovafoto/CBV
Garay foi campeã olímpica em 2012 imagem: Gaspar Nobrega/Inovafoto/CBV

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

Campeã olímpica em Londres, 2012, Fernanda Garay chega à Rio-16 como uma das principais jogadoras do elenco. Dentre as chamadas “titulares” do treinador José Roberto Guimarães, ela é a atacante que vive a melhor fase. Com o Dínamo Moscou, ela teve boa temporada na Liga dos Campeões. Na Superliga Russa,  são 18 vitórias em 18 jogos.

Se não bastasse o bom desempenho dentro de quadra, Garay chega mais madura para a seleção, muito pela experiência em um país completamente diferente, e com direito a preparação especial. Em conversa com o UOL Esporte, a atleta falou sobre como chega para a Olimpíada, adaptação na Rússia, preparação da seleção e outras coisas.

Estar na Rússia

Para mim, é muito bacana, um privilégio mesmo. Estar em campeonato de alto nível, tento agregar algo de cada escola, tentar trazer para o meu vôlei. Quando você joga fora, amadurece muito, isso fez com que eu crescesse nos últimos.

Treinar em outra escola de vôlei

Quando joga fora, por ter esse estilo de jogos diferente, por ter jogadoras que não estão acostumadas, você precisa se adaptar para buscar papel na equipe. Quando joguei no Japão, eu tinha grande responsabilidade, era a maior pontuadora. Em outras equipes, isso vai mudando, precisa fazer time jogar, passar, defender. Não vou ser a que mais vai receber bolas. Isso faz com que cresça em todos fundamentos. Fora do Brasil percebo que sou exigida de uma forma diferente. Isso faz com que cresça rapidamente.

Reprodução/Instagram
imagem: Reprodução/Instagram

Adaptação ao idioma

Russo não é fácil, mas eu confesso que em meu segundo ano aqui, elas adoram quando falo alguma coisa. Aqui na Rússia, é um país que precisa falar para se comunicar. Ou aprende, ou passa fome.

Preparação Especial

Primeira vez que ele (Zé Elias, preparador físico) teve oportunidade de acompanhar de perto. Vou para a terceira temporada fora do Brasil e foi a primeira vez que tive essa oportunidade. É um grande passo. As jogadoras americanas, sempre vão acompanhadas de uma pessoa, com uma equipe. As japonesas, poucas saem do país, quando saem, têm alguém próximo, primeira vez que acontece com a gente, mesmo que seja por pouco tempo. Foram dois dias rápidos e importante para ter uma troca, poder ver o tipo de trabalho, corrigir alguma coisa e acrescentar. Achei muito válido.

Expectativa

Durante a temporada toda, já venho pensando em seleção. Lógico, os objetivos mais próximos são os da equipe, mas certamente penso nos Jogos Olímpicos, até porque o tempo de preparação não é muito longo.

Rivalidade com russas

Fui bem recebida, vim em um momento que já tinha iniciado o campeonato, não foi de maneira planejada, cheguei e sai jogando. Essa adaptação, entrosamento, ganha rapidamente jogando. Fui bem recebida mesmo. A Rivalidade é de jogo, não pessoal, mais rivalidade em quadra e não por jogadoras. Defendendo o mesmo clube, é super tranquilo.

Contato com as companheiras

Hoje com Whatsapp, a gente mantem contato, tem um grupo. Sempre rola mensagem, mas nada muito restrito, focado em seleção. A gente vai ter esse tempo e vai ficar 100% focada.

Ranking e saudade do Brasil

Sinto (saudades). Existe essa dificuldade do ranking que limita minhas possibilidades, não posso resolver, fazer acordo com equipe e ela ter desejo de me levar. Clube precisa fazer matemática, dispensar jogadora de sete pontos. Mas não sai por causa do ranking, sai porque tive grande oportunidade. Oportunidade muito boa para evoluir, estar em vôlei de alto nível, isso que queria no momento. Sinto falta do Brasil, dos fãs, do clima, mas eu optei por priorizar outras coisas. Ranking atrapalha, não sou a favor da forma que é feito, mas não posso ser hipócrita e dizer que não voltei por isso.  Gosto das coisas claras.

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