Londres vê histórias de sempre se repetirem em dia de Bolt, vaga no vôlei e derrota no basquete

Bruno Doro

Do UOL, em São Paulo

  • REUTERS/Ivan Alvarado

    Contra a Argentina, Brasil conquista vitória fácil e avança para a semifinal masculina no vôlei

    Contra a Argentina, Brasil conquista vitória fácil e avança para a semifinal masculina no vôlei

Foi como sempre costuma ser. Favoritos venceram (certo, Bernardinho?). Azarões perderam (pena, Magnano). Fanfarrões brincaram (Bolt, é claro). E nesta quarta-feira, o Brasil chegou, oficialmente, a dez medalhas nos Jogos de Londres, patamar que alcança desde Atlanta-1996. Mas, se tudo parecia deja vu no dia olímpico, a noite separava uma surpresa. Quer saber qual é? É só chegar até o final do texto...


As diferenças do vôlei e do basquete
Provavelmente não existem esportes em que a rivalidade de seus praticantes é tão grande quanto basquete e vôlei. O Brasil já esteve entre os melhores do mundo no primeiro. E é o país mais vitorioso da última década no segundo. E, nesta quarta-feira, essa rivalidade ganhou ares olímpicos, com dois duelos contra a Argentina. E o resultado foi aquele todo mundo já está acostumado.

Pela manhã, a seleção de vôlei que conquistou duas medalhas de ouro, três títulos mundiais e nove Ligas Mundiais venceu os argentinos e chegou à semifinal olímpica pela terceira vez consecutiva. O atropelamento sobre os hermanos, um fácil 3 a 0, valeu vaga na semifinal contra a Itália.

À noite, a seleção de basquete que ficou 16 anos longe das Olimpíadas e foi derrotada pelos rivais continentais em todos os encontros por torneios importantes desde que Oscar se aposentou teve o destino que a maioria temia. Os brasileiros não foram páreo para Scola e seus amigos. Foram eliminados e viram a Argentina, campeã olímpica em 2004 e bronze em 2008, se classificar para sua terceira semifinal seguida.

Na areia, Walsh e May, como sempre
Se nas quadras o roteiro era batido, nas areias também. As norte-americanas Kerri Walsh e Misty May chegaram a Londres após um ciclo olímpico interrompido (ficaram separadas de 2009 a 2011), mas como bicampeãs que nunca tinham perdido um set em Olimpíadas. Quando entraram na final contra as compatriotas April Ross e Jennifer Kessy, atingiram sua 21ª partida nos Jogos. Sem nenhuma derrota (mas o recorde de sets foi embora, perdendo uma parcial ainda na primeira fase para uma dupla austríaca). Quando a partida acabou em 2 a 0 para as, a partir daquele momento, tricampeãs olímpicas, ninguém se espantou.

Assim como todos acharam normal o que aconteceu na mesma arena de vôlei de praia horas antes. Após, pela primeira vez na história do esporte, o Brasil ficar de fora do pódio feminino em 2008, na Inglaterra as coisas voltaram ao normal. Juliana e Larissa, a dupla que já conquistou seis vezes o título do Circuito Mundial levou o bronze. A medalha diminui a grande lacuna na carreira das brasileiras, que só não subiram ao pódio em 2008 (na Olimpíada e no Circuito Mundial) pela grave lesão de Juliana.

O fanfarrão de sempre
No estádio olímpico, a sensação foi a mesma. Afinal de contas, quem assistiu a Usain Bolt nos 200 m rasos não conseguiu evitar a lembrança da corrida de 2008, quando, no Ninho do Pássaro, em Pequim, ele conquistou uma medalha de ouro, com recorde mundial, dando tchauzinhos para a torcida antes mesmo de cruzar a linha de chegada. E olha que a prova nem mesmo valia medalha. Era só a semifinal. E ele parou de acelerar após 25 metros, vendo que ninguém o ultrapassaria. Quando chegou, ainda fez o tradicional gesto de calma com as mãos. Avisando, provavelmente, que na quinta-feira, quando deve correr para valer, que o recorde mundial de 19s19 corre, sim, riscos.

E, finalmente, a surpresa...
E, como licença poética, no fim do dia um brasileiro veio para acabar com essa teoria. Quando a luta entre Yamaguchi Falcão e Julio la Cruz Peraza começou, todos imaginavam qual seria o desfecho. O cubano era, afinal de contas, cubano, representante da nação mais vitoriosa do boxe olímpico. E, além de tudo, era o atual campeão mundial e número 1 do ranking da categoria 81 kg. Nada disso, porém, importou ao lutador capixaba. Venceu. E o esporte que demorou 44 anos para conseguir voltar a subir ao pódio chega a três medalhas em Londres-2012.

ATLETISMO

BASQUETE

 

O mesmo roteiro de seguidas partidas decisivas contra a Argentina nos últimos anos se repetiu nesta quarta-feira. A seleção brasileira conseguiu alguns bons momentos, viu seu líder Marcelinho Huertas inspirado, mas novamente sucumbiu diante da melhor geração da história dos rivais. Com a derrota por 82 a 77 no clássico sul-americano nas quartas de final, a equipe de Rubén Magnano se despede dos Jogos sem o sonho de jogar por uma medalha.

BOXE

HIPISMO

Rodrigo Pessoa e Doda tiveram suas punições zeradas antes da 1ª volta da final individual dos saltos, mas voltaram a falhar e foram para a passagem decisiva com desvantagem de quatro pontos. Foi quando Pessoa fez o seu pior percurso, derrubando três obstáculos. Acabou em último na final. Doda cometeu mais uma falta e terminou em 12º. Depois de ficar longe do pódio, Pessoa criticou a falta de investimento no hipismo brasileiro, citou os preços abusivos e disse que faltam cavalos de qualidade no país.

VELA

Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan conquistaram um 5º e um 4º lugares nas regatas do dia e estão na 5ª posição na classificação geral da classe 470. Assim, elas garantiram lugar na disputa da regata da medalha, sexta, às 9h (horário de Brasília), e estão na briga pelo bronze.

VÔLEI

 

O Brasil não tomou conhecimento da vizinha Argentina e venceu com extrema facilidade o duelo pelas quartas de final do torneio olímpico de vôlei masculino. Muito superior ao time rival, o time de Murilo, Bruninho e companhia fez 3 sets a 0 e encerrou uma sequência ruim contra os rivais na competição, mas terá de lidar com a possível lesão de Leandro Vissotto.

O oposto titular saiu ainda no primeiro set, com dores na virilha. "É uma questão muscular, então não é simples", disse Bernardinho. Mesmo com o problema, os jogadores admitiram uma mudança na postura no mata-mata e novo ânimo para a semi contra a Itália. "A gente está com vontade de guerrear", afirmou Bruninho.

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