Em Londres, vôlei e basquete do Brasil tentam exorcizar, à sua maneira, o fantasma argentino

Bruno Freitas e Gustavo Franceschini

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • REUTERS/Paulo Whitaker

    Jogadores brasileiros se lamentam após derrota para a Argentina nos Jogos Olímpicos de Sidney

    Jogadores brasileiros se lamentam após derrota para a Argentina nos Jogos Olímpicos de Sidney

A quarta-feira será um dia de muitas emoções para os brasileiros e argentinos em Londres. Tradicionalmente conhecida como uma das maiores rivalidades do mundo, os dois países duelarão por vagas nas semifinais de duas modalidades. Às 10h (de Brasília), o confronto é no vôlei masculino. Mais tarde, às 16h, é a vez do basquete medir forças.

BRASIL TENTA SEMI APÓS 44 ANOS

  • REUTERS/Sergio Perez

    A seleção masculina faz nesta quarta-feira a partida mais importante desde que Rubén Magnano assumiu a direção do time. O argentino que assinou a façanha de conduzir a seleção de seu país ao título olímpico tem pela frente a missão de enfrentar seus compatriotas, no obstáculo que resta ao Brasil por uma volta à semi após 44 anos.

Para o Brasil, os confrontos terão um significado especial. No vôlei, o Brasil é, historicamente, um carrasco da Argentina. Em toda a história, segundo a FIVB, são 34 jogos e 31 vitórias verde-amarelas. O problema é que as três derrotas foram justamente em momentos-chave dos Jogos Olímpicos.

Em 1988, a seleção chegou à disputa da medalha de bronze em Seul. Parecia uma “barbada” contra os "hermanos", mas a derrota por 3 a 2 impediu que os brasileiros chegassem ao pódio pela segunda vez - foram prata quatro anos antes.

Oito anos depois, em Atlanta, o Brasil era o atual campeão, mas chegou aos EUA em crise. Na estreia, caiu por 3 a 1 para a Argentina e deram o prenúncio do que seria uma campanha lamentável. Já em Sydney, o começo da geração de ouro esbarrou no "azar olímpico", perdendo por 3 a 1 para os rivais sul-americanos nas quartas.

“Eu lembro da última vez que perdemos para eles. Foi em Sydney. Eu vi pela TV. Sei que o Dante estava em quadra, e agora vai ter a chance de se vingar”, disse o oposto Leandro Vissotto.

NO BANCO, GIBA MANTÉM STATUS

  • Flávio Florido/UOL

    Giba segue sendo a maior estrela da seleção, mesmo tendo passado quase toda a primeira fase dos Jogos no banco. O mais aplaudido pelo público também é exaltado pelos companheiros pela importância fora de quadra e consegue manter o status dentro da equipe.

No basquete, o momento é de provação para os comandados de Rubén Magnano. Depois de 16 anos fora dos Jogos Olímpicos, a seleção brasileira chegou a Londres sendo apontada como uma das candidatas à medalha. Na primeira fase, teve uma boa campanha e saiu em segundo lugar. Momento um pouco diferente vivem os argentinos, rivais desta quarta-feira, às 16h.

A Argentina é 'inimigo íntimo' dos brasileiros, a começar pelo técnico Magnano, campeão olímpico com a seleção de seu país em 2004. Recentemente, no entanto, os hermanos carregam um histórico positivo nos confrontos decisivos contra os brazucas.

A última final que as duas equipes se enfrentaram foi no Pré-Olímpico de 2011, em Mar Del Plata. Em mais uma das várias belas atuações do pivô Luis Scola contra os brasileiros, a Argentina venceu e ficou com o título. Outro duelo recente em que os rivais saíram por cima foi no Mundial de 2010. Nas oitavas, vitória por 93 a 89 que tirou Leandrinho e cia. da competição.

Mas desde 2011 o basquete brasileiro vem numa crescente, que embalou especialmente depois de uma das partidas que não sairá da cabeça dos jogadores tão cedo. No Pré-Olímpico, em "território inimigo", vitória da seleção por 73 a 71, que "abriu o caminho" para o time conquistar a vaga para os Jogos de Londres.

"A gente conhece muito bem a Argentina, sabe o que fazer. E o nosso comandante conhece muito bem eles. Teve o jogo do Mundial, por isso pode ser uma revanche", declarou o ala Alex.

Considerados um dos maiores times de basquete de todos os tempos, os argentinos já não estão em seu auge - e a dependência de Manu Ginobili e Luis Scola segue grande. Em quadra, vale uma vaga na semifinal. Para os brasileiros, vale também a prova do ressurgimento de uma modalidade bicampeã mundial e duas vezes medalhista de bronze.

Brasileiros em Londres - dia 11
Brasileiros em Londres - dia 11

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