Torcedor sofre com provas simultâneas no atletismo e fica refém de "caixas vermelhas"

José Ricardo Leite

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • UOL

    Suportes vermelhos informam público sobre o salto com vara enquanto rolam corridas

    Suportes vermelhos informam público sobre o salto com vara enquanto rolam corridas

Acompanhar simultaneamente as várias competições de atletismo que são realizadas no estádio Olímpico de Londres não é uma tarefa das mais fáceis para os torcedores que estão na arquibancada e querem ser bem informados.

Algumas vezes até quatro provas ocorrem ao mesmo tempo. E os recursos “extra” oferecidos são dois telões situados cada um em uma das extremidades do estádio, a fala do narrador e “caixas vermelhas” que ficam no meio do gramado.

As provas de corrida sempre são a prioridade do telão e fazem com que as de saltos e lançamentos sejam de maior dificuldade para o monitoramento  do torcedor. A cada eliminatória ou final, os dois telões sempre exibem na íntegra as imagens das provas de corrida.

Logo depois que cada bateria delas é finalizada, o telão informa o tempo e colocações dos atletas segundos depois. Após todas as eliminatórias, ocorre rapidamente a atualização. E são entusiasticamente narradas pela organização.

As provas que acontecem em pontos isolados e sem corrida, como salto em altura, salto em distância, salto com vara e lançamentos, ficam em evidência no telão geralmente quando não há alguma prova de corrida acontecendo.

TORCEDOR SOFRE COM CAIXAS

  • "Deveríamos ter ao redor do estádio mais placares eletrônicos que pudessem mostrar todas as provas”, falou o inglês Bruce Undehill

E também são preteridas no telão, obviamente, no momento em que alguma premiação de medalha acontece.

E nestes esportes o torcedor sofre para saber as parciais. Como são mais longas para serem definidas após as tentativas de todos os atletas, é sempre complicado saber quem está na frente. O sistema digital dos dois telões e o narrador procuram informar a classificação depois que é finalizada uma etapa. Poucas vezes se anuncia uma parcial ainda não fechada.

Resta à torcida se informar do que acontece nas provas "estáticas" por meio de grandes suportes vermelhos que ficam sobre o gramado, perto de onde é realizada determinada competição. É possível vê-las de qualquer ponto do estádio.

Mas a informação não é completa, já que é divulgada apenas a colocação e marca do competidor que executou a ação pela última vez. Não é possível ver uma lista atualizada com a colocação de todos eles.

Na terça, por exemplo, muitos torcedores ingleses estavam lá para acompanhar a final do salto em altura masculino, que tinha o britânico Robert Grabarz como um dos finalistas. Mas eles sofreram com a “concorrência” de provas como as semifinais dos 100 m com barreiras entre as mulheres, as semifinais e finais dos 800 m rasos entre os homens, as semifinais dos 200 m feminino, e a final dos 1.500 m entre os homens.

E ainda haviam provas como o salto em distância feminino e o lançamento de disco. A solução era acompanhar as caixas vermelhas.

“É meio complicado, mas tentamos assistir acompanhando aqueles placares [vermelhos] ali na grama. Ou pelas atualizações do placar eletrônico. Mas eu acho que deveríamos ter ao redor do estádio mais placares eletrônicos que pudessem mostrar todas as provas”, falou o inglês Bruce Undehill.

Na segunda-feira, na final do salto com vara, que tinha a estrela russa Yelena Isinbayeva, houve um foco e esforço um pouco maiores do telão. Sempre que outras provas eram finalizadas, ele já mostrava um balanço geral das marcas. Mas ainda assim o público sofreu.

No momento em que Isinbayeva queimou seu último salto, por exemplo, e ficou com o bronze, nada foi anunciado. As imagens mostravam a russa, mas o público só saberia que naquele momento ela estava fora da disputa pelo ouro se estivesse acompanhando tudo pelas caixas vermelhas ou lembrasse de cabeça a última parcial até então mostrada no telão.

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