Brasil lamenta erros em lances livres, e Magnano fala em treinar "durante 365 dias do ano"

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • UOL/Flavio Florido

    Ruben Magnano, técnico da seleção brasileira, gesticula durante duelo contra argentinos

    Ruben Magnano, técnico da seleção brasileira, gesticula durante duelo contra argentinos

O Brasil está eliminado dos Jogos Olímpicos no basquete masculino e já elegeu um vilão: os lances livres. O time do argentino Rubén Magnano perdeu nesta quarta-feira por 82 a 77, após errar 50% dos 24 chutes da linha que tentou.

"Tivemos um denominador comum no torneio: O baixo aproveitamento de tiros livres. Precisamos treinar, mas não em 45 dias de concentração, em 365 dias do ano", falou o técnico Magnano. "Nos lances livres, acertar só 50% não é o que a gente deseja", completou o ala Guilherme Giovannoni.

BRASIL ELIMINADO: ROTEIRO DE DERROTAS PARA A ARGENTINA SE REPETE

O mesmo roteiro de seguidas partidas decisivas contra a Argentina nos últimos anos se repetiu nesta quarta-feira. A seleção brasileira conseguiu alguns bons momentos, viu seu líder Marcelinho Huertas inspirado, mas novamente sucumbiu diante da melhor geração da história dos rivais. Com a derrota por 82 a 77 no clássico sul-americano nas quartas de final, a equipe de Rubén Magnano se despede dos Jogos Olímpicos sem o sonho de jogar por uma medalha.

Durante todo o torneio, os arremessos da linha de lance livre foram o calcanhar de aquiles da seleção. O time só acertou 63% dos tiros em seis partidas (69 de 110), melhor apenas do China (60%) e Tunísia (53%), eliminados ainda na primeira fase.

No jogo desta quarta, porém, o fundamento não pode servir como desculpa. É verdade que o Brasil errou 12 arremessos que, se tivessem caído, poderiam dar à equipe a vantagem no placar. Mas a Argentina também esteve longe da perfeição no fundamento, errando nove tiros, incluindo quatro de Luis Scola no minuto final, que colocaram a seleção no jogo a segundos do zero no cronômetro.

"O resultado não é favorável. Tínhamos a expectativa de brigar por uma medalha, mas temos que sair do vestiário com a cabeça bem alta", elogiou Magnano. "Vou dizer o que disse aos meus jogadores: estou muito orgulhoso, tenho muita honra de estar com o Brasil nos Jogos Olímpicos, muita honra de trabalhar com esses jogadores".

"Há uma coisa que fica na gente que se chama experiência. Estamos trabalhando para subir. Não é conformismo. Não pudemos passar e temos que dar satisfação ao povo brasileiro. Creio que o objetivo tenha que ser feito num marco de realidade. Temos que trabalhar", completou o treinador.

O problema, segundo o técnico argentino, foi a dificuldade de parar os rivais. “Aquilo que é a marca do Brasil é a defesa. E hoje não pudemos fazê-la direito”, admitiu. "Foi um jogo de xadrez na defesa. Fazíamos uma coisa, eles preparavam outra. Foi um jogo bem tático, de dois treinadores que se conhecem muito bem", analisou Giovannoni.

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