Colecionadores de pins vendem carro para ir à Olimpíada e atraem atenção até de atletas

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (Inglaterra)

  • Flavio Florido/UOL

    Colecionadores vão aos Jogos em busca de novos pins e chamam a atenção com broches de diversos temas em Londres

    Colecionadores vão aos Jogos em busca de novos pins e chamam a atenção com broches de diversos temas em Londres

Um detalhe que o avanço da tecnologia não tirou da tradição na atmosfera dos Jogos Olímpicos é a invasão de colecionadores de pins. Espécie de pequenos broches, com alusão temática ao evento, os objetos ainda inspiram uma movimentação paralela nos arredores dos ambientes de competição e planos ousados de seus adeptos mais fervorosos.

Alguns dos amantes dos pins olímpicos fazem loucuras para viver de perto as duas semanas da Olimpíada, tentando ampliar suas respectivas coleções pessoais. Uma dessas pessoas em Londres é a espanhola Nuria Ramos, que vendeu o carro em Barcelona para financiar a aventura atrás de novos broches.

Durante os Jogos de Londres, Nuria se instalou em um dos pontos oficiais de troca, em uma posição estratégica de trânsito, entre o acesso oficial de imprensa no complexo olímpico e a entrada da Vila dos atletas. Por lá tem trocado os pins com muitos competidores de vários países e muitos jornalistas.

"Aqui é um bom ponto de troca, porque os jornalistas sempre ganham muitos pins, de materiais promocionais de empresas e comitês olímpicos", conta a espanhola, em sua nona Olimpíada, contando Jogos de Inverno.

POLÍCIA COIBE A VENDA DE PINS

Além dos marmanjos, muitas crianças aderiram à moda olímpica dos pins e ajudam a aumentar a febre em Londres nos dias dos Jogos. No entanto, a polícia tem atuado para evitar que um comércio de broches se instale nas áreas oficiais. O aparato de segurança do evento tem procurado monitorar os aficionados para se certificar que apenas as trocas estão sendo efetuadas.

"Outro dia veio um apresentador da televisão japonesa aqui. Me falaram que ele é um humorista muito famoso no país dele. Ficou um tempão trocando pins", relata a aficionada.

Cada colecionador tem a sua busca particular. Rafael González é outro espanhol no local e mantém sua dedicação de juntar pins que remetam a comitês olímpicos nacionais. O aficionado diz ter mais de 50 mil modelos diferentes.

Ao lado de colecionadores com mais de dez Olimpíadas, a jovem chinesa Niu Xin viajou para Londres para a sua segunda maratona de trocas, que começara em Pequim há quatro anos.

"O mais interessante não é trocar os pins, mas a possibilidade de fazer amizade com pessoas de todo o mundo. Eu mantenho contato com muita gente que conheci em Pequim", relata a chinesa, que diz já ter feito trocas com alguns astros do esporte de seu país.

Segundo os colecionadores de pins, um dos modelos mais procurador por especialistas é um dragão dos Jogos de Pequim, em série limitada confeccionada pela rede de TV norte-americana NBC.

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