Cielo falha na tentativa do bi, é bronze nos 50 m livre e fala em derrota; Fratus é 4º

José Ricardo Leite

Do UOL, em Londres (ING)

  • Flavio Florido/UOL

    Cielo apór terminar a prova dos 50 metros na terceira colocação nos Jogos Olímpicos de Londres

    Cielo apór terminar a prova dos 50 metros na terceira colocação nos Jogos Olímpicos de Londres

Dessa vez, deu zebra. Na prova mais veloz da natação olímpica, o homem mais rápido do planeta não repetiu o ouro de Pequim-2008. Nesta sexta-feira, em Londres, Cesar Cielo, recordista mundial dos 50 m livre, foi superado pelo francês Florent Manaudou e pelo americano Cullen Jones e ficou com a medalha de bronze na prova. Bruno Fratus, o outro representante do país, foi o quarto colocado.

"A derrota deixa os erros muito mais claros. Agora é repensar em tudo que a gente fez para melhorar nas outras competições. Não gostei da minha prova, não. Estou me sentindo cansado, e acho que eu não nadaria os 100 m livre", disse o nadador, ao sair da piscina, à Record. "Parabéns para o cara [Manaudou], foi o melhor tempo da vida dele."

Manaudou, o mais jovem da final olímpica e irmão mais novo de Laure Manaudou, campeão mundial e olímpica dos 400 m livre, venceu com o tempo de 21s34. “É fantástico. Ele foi campeão em Pequim com 21 anos e, hoje, eu sou campeão olímpico com 21 anos. Não sei como nadei tão rápido, nunca nadei esse tempo na minha vida.”

Jones, que havia avançado como o melhor tempo das semis, com 21s54, ao lado de Cielo, repetiu a mesma marca para ficar com a medalha de prata. O campeão em Pequim foi bronze com 21s59, enquanto Fratus, em sua estreia olímpica, foi quarto colocado com 21s61, a melhor marca de sua carreira.

No pódio, Cielo, com uma cara fechada e um tímido sorriso, mostrou seu desapontamento com o resultado. Depois da premiação, ao falar com familiares e outros torcedores na torcida, ele chorou.

História
Sem o ouro de Cielo, Adhemar Ferreira da Silva continua como o único brasileiro a conquistar o título em duas edições seguidas dos Jogos, com os ouros no salto triplo em Helsinque-1952 e Melbourne-1956. Robert Scheidt, Marcelo Ferreira e Torben Gral, na vela, e Giovane e Maurício, no vôlei, conseguiram dois ouros nos Jogos em toda a história, mas não consecutivos.

Cielo dominava a prova desde os Jogos de Pequim-2008, quando foi campeão olímpico com 21s30; depois, venceu os Mundiais de Roma-2009 e Xangai-2011. Em 18 de dezembro de 2009, no Pinheiros, em São Paulo, na última prova com os maiôs tecnológicos, ele quebrou o recorde mundial, com 20s91, marca que permanece até hoje.

Em Pequim-2008, Cielo foi bronze nos 100 m livre, resultado que ele também não conseguiu repetir em Londres. O nadador chegou a liderar a prova, mas cansou nos últimos metros e ficou apenas com o sexto lugar.

No ano passado, o brasileiro chegou a ser flagrado no antidoping com furosemida, um diurético que não causa ganho esportivo, mas geralmente é usado para mascarar outras substâncias. No entanto, ele não foi punido e recebeu apenas uma advertência da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). A Fina (Federação Internacional de Natação) chegou a discordar da decisão e foi à CAS (Corte de Arbitragem do Esporte), principal instância do direito esportivo, que confirmou a punição da entidade brasileira.

Com o bronze nos 50 m livre, Cielo soma agora três medalhas olímpicas, uma a menos que Gustavo Borges, o recordista brasileiro em número de pódios. Ele foi prata nos 100 m livre em Barcelona-1992, prata nos 200 m livre e bronze nos 100 m livre em Atlanta-1996, e bronze em Sydney-2000 no 4x100 m livre.

"A VITÓRIA DE FLORENT MANAUDOU FOI UMA ZEBRA"

Brasileiros em Londres - dia 7
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