Brasil supera período com menos pontos de toda a Olimpíada para vencer Reino Unido

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (ING)

  • Christian Petersen/Getty Images

    Nenê, pivô da seleção brasileira masculina de basquete, durante jogo contra o Reino Unido

    Nenê, pivô da seleção brasileira masculina de basquete, durante jogo contra o Reino Unido

Era natural pensar que todo o nervosismo da seleção brasileira de basquete havia ficado na estreia. Mas o time de Rubén Magnano que voltou à quadra nesta terça-feira e teve de superar o pior primeiro período do basquete nos Jogos Olímpicos de 2012 para vencer a inexpressiva seleção do Reino Unido por 67 a 62. Em todo o torneio, incluindo os times femininos, só as mulheres da Croácia foram tão mal, marcando os mesmos quatro pontos na derrota para os Estados Unidos.

Jogando de verde e amarelo, o Brasil começou a partida irreconhecível, sem transmitir ao mundo que acompanha a Olimpíada a aura recentemente decantada de candidato a uma medalha. Foram apenas dois arremessos certos em 20 tentativas e nenhum acerto em oito tiros da linha dos três pontos nos primeiros 10 minutos.

O estrago só não foi maior porque a defesa funcionou, forçando erros dos adversários e impedindo que a seleção rival abrisse uma vantagem mais elástica. Depois do fiasco, Marcelinho Huertas & Cia. aos poucos foram achando seu jogo. Liderar o placar, porém, aconteceu só na segunda metade.

Antes do duelo desta terça, os britânicos vinham de derrota por 20 pontos para a Rússia na estreia e precisavam da reabilitação para melhorar as chances de classificação. Apesar de não ter rodagem de torneios internacionais, o time anfitrião contou com jogadores experientes, como Luol Deng e Joel Freeland, atletas da NBA, e Pops Mensah-Bonsu, que já passou por duas equipes da liga. Ainda com a ajuda do barulho da torcida na arena do Parque Olímpico, os donos da casa endureceram o confronto mais do que se poderia imaginar.

Mais uma vez, a seleção brasileira começou a partida com Marcelinho Huertas, Alex, Leandrinho, Anderson Varejão e Tiago Splitter. No início, mesmo com o barulho da torcida, os britânicos demoraram quase cinco minutos para anotar os primeiros pontos, com Dan Clark. Enquanto isso, o Brasil fez quatro pontos, que seriam os únicos do período. Com menos de cinco minutos, Marcelinho Huertas cometeu sua segunda falta e acabou preservado no banco precocemente por Magnano.

Raulzinho foi para o jogo e instantes depois, o treinador decidiu pedir tempo. Não aguentou ver o acúmulo de desperdícios de posse de bola no ataque, que levaram os donos da casa à liderança no placar. A situação, porém, não melhorou e o time fechou o primeiro quarto perdendo pelo impressionantemente baixo placar de 11 a 4.

Após o desastroso quarto inicial, a seleção precisava achar sua atitude. Aos poucos o ataque começou encontrar soluções e o jogo de Splitter no garrafão desabrochou.  Mesmo com os erros prevalecendo em quadra - até mesmo quem quem costuma ser o ponto de confiança do time, como Huertas, estava jogando mal -, a equipe de Magnano conseguiu ir para o intervalo com o placar empatado: 27 a 27.

Apesar de bolas desperdiçadas na frente, Leandrinho realizou um belo trabalho na contenção de Deng na defesa. Em novo descanso de Huertas, Larry Taylor entrou bem no time. Mesmo assim, os brasileiros tiveram dificuldades para impor um comando tranquilo do placar no terceiro quarto, que terminou com a parcial de 48 a 43.  

Brasileiros em Londres - dia 4
Brasileiros em Londres - dia 4

Empurrados pela torcida, os britânicos conseguiram voltar a liderar o marcador com bola de três certeira de Nate Reinking. Mas os brasileiros retomaram a vantagem através de contra-ataques bem-sucedidos. Ainda sofrendo para acertar a cesta, o time de Magnano manteve o controle do placar até o final do jogo, fechando em 67 a 62.

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Depois da vitória apertada sobre a Austrália na estreia e do complicado triunfo sobre a Grã-Bretanha, a seleção brasileira volta à quadra nos Jogos Olímpicos na quinta-feira, às 12h45 (de Brasília). O próximo adversário do time de Rubén Magnano é a Rússia, teoricamente num dos mais difíceis compromissos da fase de grupos.

Contando já com os jogos desta terça-feira, Brasil, Espanha e Rússia lideram o grupo B com duas vitórias em duas partidas disputadas [os russos venceram a China e os espanhóis bateram a Austrália na rodada do dia].

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