Formiga, única jogadora a disputar as cinco edições do torneio feminino desde a sua inclusão no programa olímpico em Atlanta-1996, chegou neste sábado a sua partida de número 100 com a seleção brasileira, na vitória de 1 a 0 sobre a Nova Zelândia, em Cardiff.

"Para ser honesta, estou surpresa com isto. Não sabia. Acho que não estava prestando atenção nos números", disse Formiga, de 34 anos, que estreou com a seleção feminina em 1995, ano em que disputou o primeiro de seus quatro Mundiais.

Neste sábado, o treinador Jorge Barcellos, que tinha deixado Formiga no banco na goleada da estreia contra Camarões (5-0), decidiu começar com ela na equipe titular contra as 'kiwis', que estrearam com derrota por 1 a 0 para as anfitriãs britânicas.

Em 1996, Formiga quase conquistou uma medalha, mas a seleção foi derrotada pela Noruega na disputa pelo bronze em Atlanta. Quatro anos depois, a mesma coisa aconteceu em Sydney, só que contra a Alemanha.

Já em Atenas-2004, o Brasil ficou com a prata, repetindo a dose em Pequim-2008, nas duas oportunidades com derrotas na final para os Estados Unidos.

"Se eu jogar outra partida nesta competição, nada vai mudar. Não me importa se são 100 ou 1.000 partidas, o que sempre peço a Deus é que me proteja e também faça isso com minhas companheiras em cada partida", afirmou a jogadora.

Na quarta-feira passada ela já tinha feito história ao se tornar a única mulher a disputar as cinco edições olímpicas.

"Queremos ganhar a medalha de ouro, mas além desse desejo óbvio, quero ver sempre o progresso do futebol do Brasil. Quero que nossas jogadoras tenham uma qualidade de vida melhor", explicou Formiga, cuja história de vida se confunde com a luta do futebol feminino para ser reconhecido no Brasil.

"Agora que estamos competindo nos Jogos Olímpicos e as pessoas no Brasil estão nos apoiando, temos que aproveitar este momento para melhorar as coisas para o futuro", acrescentou.