Técnico diz que vaidade de Bolt e companhia pode ajudar Brasil no revezamento 4x100 m

Bruno Freitas

Do UOL, em Londres (ING)

 

Com cinco Olimpíadas nas costas, o técnico do Brasil nas provas de velocidade no atletismo trabalha em Londres com a fé de que sua equipe masculina do revezamento 4x100 metros tem chances reais de subir no pódio. Mais do que o talento de seus comandados, o experiente treinador diz que a falta de senso coletivo dos favoritos jamaicanos pode ajudar forças intermediárias.

Como atleta, Nakaya foi finalista do revezamento 4x100 m nos Jogos de Moscou (1980) e de Los Angeles (1984). Mais adiante assumiu a orientação das provas de velocidade da seleção e esteve em mais três Olimpíadas.

É com esta experiência que o técnico da equipe brasileira de revezamento aposta em um desempenho em patamar de pódio dos velocistas do país.

"É muita vaidade. O (Usain) Bolt tem sua equipe de assessoria própria, com fisioterapeuta e tudo mais. O (Asafa) Powell também, assim como o (Yohan) Blake. Em um revezamento é preciso ter unidade. Se não tiver harmonia, pode haver um erro", afirmou Nakaya nesta quarta após o treino do atletismo no centro de Crystal Palace.

"Nesses casos o erro pode sair na passagem do bastão. Porque no percurso, não tem comentário", emendou o treinador a respeito do potencial dos favoritos jamaicanos [recordistas da prova com 37s04, marca obtida no Mundial de 2011].

Na avaliação do treinador brasileiro, a rivalidade aguçada entre Jamaica e Estados Unidos também pode jogar tensão emocional sobre a prova e facilitar a vida de outras equipes que correm por fora.

"Os jamaicanos pisaram no calo dos Estados Unidos, desde 2008 ganham tudo. Essa rivalidade pode gerar falhas, e aí pode sobrar para alguma equipe intermediária", opina.

Os brasileiros trabalham suas possibilidades focados no patamar do bronze e veem Trinidad e Tobago como principal adversário pelo pódio. Nakaya também cita França, Alemanha e Grã-Bretanha como adversários relevantes.

Nos dias que antecedem os Jogos de Londres, o treinador brasileiro trabalha com duas formações para a disputa do revezamento 4x100 m, com o quarteto Aldemir Gomes, Sandro Viana, Nilson Andrade e Bruno Lins como primeira opção. O experiente José Carlos “Codó” Moreira é alternativa em uma segunda possibilidade de escalação.

Segundo Nilson Andrade, a meta da equipe de revezamento é bater o recorde sul-americano da prova (37s90). O brasileiro mostra confiança a respeito do desempenho.

"A passagem do bastão está perfeita, estamos treinando para isso. Estamos muito focados e vamos fazer o melhor, independente da escalação. Acho que brigamos com Trinidad e Tobago pelo bronze", diz o atleta.

O recorde sul-americano vigente na prova é da equipe brasileira medalha de prata nos Jogos de Sydney, em 2000, com Claudinei Quirino, André Domingos, Vicente de Lima e Edson Ribeiro. 

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