Tocha Olímpica

Com medo do vento, Galvão põe emoção até em revezamento da tocha olímpica

Reprodução/Globo

Mauricio Stycer

Colunista do UOL

Em mais de uma ocasião, explicando o seu ofício, Galvão Bueno se definiu como “um vendedor de emoções”. O narrador tem consciência que não pode mentir, mas deve, sempre que necessário, omitir defeitos ou exagerar qualidades do “produto” que está vendendo – o esporte.

Nesta terça-feira (03), Galvão foi colocado à prova diante de um evento duro de narrar – o revezamento da tocha olímpica, que chegou a Brasília. Acredite se quiser, o narrador conseguiu extrair emoção até do momento mais simbólico – o acendimento.
 
Vendo a momentânea dificuldade das autoridades, Galvão mandou: “Há um certo problema com o vento”. Não deu tempo nem de rir – a tocha foi acesa segundos depois.
 
Sem ter muito o que dizer, o narrador passou a descrever tudo que estava vendo. “A esquadrilha da fumaça ali no céu fazendo as suas manobras”, observou. “Neste momento houve a primeira passagem de tocha”, disse a seguir. Ao seu lado, a ex-jogadora Hortência ajudou: “Nós vamos nos emocionar muito”.
 
Galvão tirou leite de pedra, como se diz, narrando o que todos os espectadores estavam vendo. “Gente a favor do impeachment, gente contra o impeachment. E os guardiões da tocha ali tomando conta”. Sem ter mais o que falar, concluiu: “É uma festa brasileira.”
 
Fabiana, primeira atleta a carregar a tocha, também não ajudou muito, ao ser entrevistada: “Eu até agora estou sem palavras para falar desse momento”.
 
Como diria Galvão: “Haja coração!”
 

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