Olimpíadas 2016

Disparada põe Rogerinho na briga por Rio-16. E pode sobrar para Bellucci

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Rogério Dutra Silva é o segundo melhor tenista do Brasil na atualidade imagem: AFP PHOTO /Rodrigo BUENDIA

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Se há um ano Rogério Dutra Silva, o Rogerinho, ocupava somente a 533ª posição do ranking mundial e a Olimpíada do Rio de Janeiro era um sonho para lá de distante, a realidade a um mês do fechamento do ranking classificatório é muito diferente. E o brasileiro tem chances reais de obter a vaga para o evento. Nesta segunda-feira, o jogador voltou a aparecer no top 100 pela primeira vez em dois anos - ocupa a 96ª colocação. 

No ranking olímpico, que se encerra em 6 de junho - logo após a final de Roland Garros - e classifica os 56 melhores para os Jogos respeitando sempre o limite de quatro tenistas por país, Rogerinho aparece na 74ª posição. Com 578 pontos, está a apenas 170 do sérvio Dusan Lajovic - 70º do mundo e que fecha a lista.

A conta, entretanto, não leva em consideração a possível baixa de jogadores que não cumprem os requisitos de participação em Copa Davis impostos pela Federação Internacional de Tênis (ITF). Além disso, os tenistas podem desistir para participar de torneios que acontecem simultaneamente aos Jogos do Rio, como os ATPs de Atlanta (EUA) e Los Cabos (MEX). O austríaco Dominic Thiem (14º do mundo) e John Isner (16º) são jogadores que já disseram que não viajarão ao Brasil.

Sem pontos a defender até o encerramento do ranking, Rogerinho pode conseguir uma escalada que lhe garanta o direito de disputar os Jogos pela primeira vez em sua carreira. Até a definição, já tem certa a participação no Challengers de Aix-en-Provence (FRA), no qual estreia na manhã desta terça-feira, e de Bordeaux na próxima semana. Além disso, está a apenas três desistências e entrar na chave principal de Roland Garros. Caso contrário, será obrigado a jogar o qualifying.

"Há um ano nem passava pela minha cabeça que poderia estar na Olimpíada, mas tive uma recuperação muito rápida, e agora já começo a visualizar esta participação. Sei que é difícil e preciso ainda melhorar bastante o meu ranking, mas estou vivendo um bom momento. Recuperei a confiança e tenho feito bons jogos. Além disso, tudo o que ganhar de pontos agora será lucro. Não gosto de ficar fazendo contas e nem olho as minhas chaves nos torneios. Mas posso dizer que participar de uma Olimpíada é um sonho de qualquer esportista, e seria ainda mais especial sendo dentro do meu país", disse o jogador de 32 anos em entrevista ao UOL Esporte.

Rogerinho - que teve como melhor posição no ranking mundial a 84ª em 2013 - caiu tanto na lista da ATP e ficou fora do top 500 no ano passado pois esteve afastado das quadras durante seis meses, entre setembro de 2014 e fevereiro de 2015. O paulista sofreu uma lesão no joelho direito e logo depois tirou um tempo livre para curtir a filha recém-nascida.

"Estar de volta ao top 100, ver um ranking com apenas dois dígitos me enche de motivação e dá mais ânimo para seguir trabalhando", completou.

Má fase de Bellucci pode virar trunfo

Além de ter a chance de entrar na Rio-16 se alcançar pelo menos a 56ª posição do ranking olímpico, Rogerinho poderia se beneficiar da má fase vivida por Thomaz Bellucci (36º do ranking mundial).

Pelo fato de o Brasil ser país-sede, tem ao menos uma vaga garantida na chave de simples - se ninguém conseguir por ranking - e ela atualmente é de Bellucci. Porém, o tenista que só venceu cinco de 16 jogos disputados em 2016, soma 1.140 pontos e tem 480 a defender até 6 de junho. Se não conseguir, terá uma queda brusca e poderá ser passado por Rogerinho. Entre estes pontos estão 170 das oitavas de final do Masters 1.000 de Roma (ITA), que tem início na próxima semana, e 250 do título do ATP de Genebra, que começa no dia 15.

Ao UOL Esporte, a assessoria de imprensa da Confederação Brasileira de Tênis (CBT) informou que a vaga do país-sede será dada ao brasileiro com o melhor ranking em 6 de junho, como diz a regra da ITF.

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