Olimpíadas 2016

Seleção feminina de handebol escolhe grupo com pedreiras na Olimpíada

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Técnico da seleção feminina de handebol Morten Soubak durante sorteio imagem: / AFP PHOTO / YASUYOSHI CHIBA

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A seleção brasileira de handebol feminino optou por ficar em um grupo mais complicado na primeira fase dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão realizados no Rio de Janeiro. Em sorteio realizado nesta sexta-feira (29), no Parque Olímpico da Barra da Tijuca, as anfitriãs tiveram o direito de escolher em qual chave seriam acomodadas na etapa inicial do torneio. O técnico dinamarquês Morten Soubak, 51, preferiu o lado com a Noruega, atual campeã mundial e olímpica, e a Romênia, algoz das sul-americanas no último Mundial e terceira colocada daquela competição.

“Nós fizemos não sei quantas possibilidades de sorteio. Tínhamos uma ideia de como o grupo ia sair e se iríamos para o A ou para o B. Na verdade, eu não tenho muitos motivos para ter optado pelo lado que eu escolhi. O nível de cada equipe é tão alto que vai ser o dia que vai definir quem vai ganhar, independentemente do confronto. Não foi porque eu queria jogar contra um ou fugir de outro”, explicou Soubak.

Como ficou o chaveamento do handebol feminino na Rio-2016:

Grupo A: Angola, Brasil, Espanha, Montenegro, Noruega e Romênia
Grupo B: Argentina, Coreia do Sul, França, Holanda, Rússia e Suécia
* Os quatro melhores times de cada chave avançarão para as quartas de final

As 12 seleções que disputam o torneio olímpico de handebol são divididas em duas chaves de seis times. No sorteio desta sexta-feira havia cinco potes, cada um com dois países. O primeiro sorteado era acomodado no grupo A, enquanto o segundo ficava no grupo B.

Depois de as dez seleções terem sido distribuídas, Soubak e a comissão técnica da seleção brasileira tiveram dois minutos para pensar e puderam escolher em qual grupo gostariam de ficar.

Além da Noruega e da Romênia, os outros adversários do Brasil são bastante complicados. Montenegro ficou com a oitava colocação no Mundial de 2015 e a Espanha acabou no 12º lugar. Na Olimpíada de Londres, foram segunda e terceira colocadas, respectivamente.

O rival mais tranquilo será Angola, que foi 16ª no Mundial da Dinamarca. A ordem dos jogos ainda não foi divulgada pela Federação Internacional de Handebol.

“Não olho para rankings. Não trabalho com isso. O handebol feminino teve uma mudança em relação às equipes que estão chegando mais perto nos últimos anos. Há algum tempo, sempre falávamos em três ou quatro países brigando por medalha. Hoje não podemos falar isso. A Polônia esteve na semifinal do Mundial de 2015 e não está na Olimpíada. A Dinamarca também não, e a Hungria também não. Penso no hoje, e não no ranking ou nos feitos recentes”, disse o treinador.

Com a escolha de Soubak, o primeiro jogo do Brasil na Rio-2016 será justamente contra a Noruega. “Sabíamos disso antes de começar o sorteio. A Noruega é campeã europeia, olímpica e mundial. É uma equipe que vem com peso, sem dúvida alguma, mas nós temos de jogar. Tenho certeza que estaremos prontos para começar a Olimpíada bem”, finalizou o dinamarquês.

Brasil adota estratégia diferente para escolher grupo no handebol masculino

A lógica do sorteio se repetiu no torneio de handebol masculino. Depois de as dez primeiras seleções terem sido acomodadas nas duas chaves, o espanhol Jordi Ribera, 52, técnico do Brasil, pôde escolher em qual grupo gostaria de colocar sua seleção. Ele preferiu o lado B e fugiu de países como França, atual campeã olímpica e mundial, e a Croácia, algoz dos sul-americanos no último Mundial da modalidade.

Como ficou o chaveamento do handebol feminino na Rio-2016:

Grupo A: Argentina, Croácia, Dinamarca, França, Qatar e Tunísia
Grupo B: Alemanha, Brasil, Egito, Eslovênia, Polônia e Suécia
* Os quatro melhores times de cada chave avançarão para as quartas de final

“Eu acho que, assim como no Mundial há 24 times e dá para fazer muita estratégia, aqui, com 12, quase todos top, há muita margem para isso. Levamos muito tempo trabalhando no sorteio e assistimos a mais de 30 jogos somente em 2016. Vimos o Europeu, vimos os pré-olímpicos e tentamos buscar algumas afinidades que nos ajudariam a eleger o grupo e possíveis cruzamentos – caso nos classifiquemos, é claro. Estamos numa competição que tem dois objetivos: o primeiro é a classificação, e o segundo é a briga por medalhas”, disse Ribera.

“Está claro que não é o sorteio ideal, mas isso só aconteceria se pegássemos as bolas e escolhêssemos time a time. Os dois grupos vão ser complicados. Estamos falando de 12 times top, e para nós está claro que vamos ter de brigar em todos os jogos. Escolhemos um grupo em que todos os jogos nos darão opções e também temos de olhar para o calendário: faremos um primeiro jogo contra a Polônia e um segundo contra a Eslovênia. Acho que de entrada são partidas em que podemos sair com tudo”, completou o treinador.

O principal time do grupo do Brasil é a Alemanha, atual campeã europeia e líder do ranking da IHF (Federação Internacional de Handebol, na sigla em inglês).

O sorteio dos grupos foi realizado na Arena do Futuro, que será palco do handebol nos Jogos Olímpicos entre os dias 6 e 21 de agosto de 2016.

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