Olimpíadas 2016

Ginasta de 16 anos que pensou em fim de carreira vira peça-chave do Brasil

Matthew Stockman/Getty Images
Rebeca Andrade em sua apresentação no evento-teste do Rio de Janeiro imagem: Matthew Stockman/Getty Images

Fábio Aleixo

Do UOL, em São Paulo

Rebeca Andrade tem apenas 16 anos e será uma das peças fundamentais da equipe brasileira de ginástica artística nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em agosto. Sua habilidade nas barras paralelas assimétricas é um trunfo importante para o Brasil, que nunca teve muito sucesso no aparelho. Sem ela, o time nacional não conseguiu a classificação olímpica durante o Mundial de Glasgow (ESC) no ano passado e precisou do evento-teste na semana passada para assegurar a vaga.

Mas se hoje Rebeca é presença certa na Olimpíada e candidata a fazer final no aparelho, tudo se deve a sua persistência e força de vontade.

Em julho do ano passado, durante um treinamento, ela sofreu a ruptura de ligamento cruzado anterior do joelho direito e precisou ser submetida a uma cirurgia. Ficou fora dos Jogos Pan-Americanos de Toronto (CAN) e do Mundial. Pensou até mesmo que teria de encerrar a carreira de maneira bastante precoce.

"Por alguns momentos eu achava que não conseguiria voltar. Agora estou aqui, mesmo ainda sentindo dor, porque todo mundo sente, é normal. Quando faço uma chegada ruim ainda dói um pouco", afirmou a brasileira após ganhar a medalha de bronze nas barras paralelas no evento-teste do Rio.

Esta foi apenas a sua terceira competição após o retorno de lesão. Antes havia sido oitava colocada no Troféu Cidade de Jesolo (ITA) e conquistado a medalha de prata na etapa de Doha (QAT) da Copa do Mundo.

"É muito importante conseguir esses resultados, porque você começa a acreditar em você. Espero que na Olimpíada eu consiga dificultar minhas séries. Quero uma medalha no individual geral, não importa o lugar. Eu treino muito para isso", afirmou.

A comissão técnica da seleção já afirmou que Rebeca é insubstituível para a disputa olímpica e isso a enche ainda mais de moral e confiança para a sua estreia em Olimpíadas.

"Saber que pessoas superiores a você querem que você ajude a equipe e fique na seleção é algo muito bom. É gratificante saber que todo os esforço em 13 anos na ginástica estão valendo a pena", disse a ginasta.

O objetivo de Rebeca agora é se manter livre de qualquer tipo de lesão. Além deste grave problema no joelho, uma fratura no dedinho do pé direito a havia deixado fora dos Jogos Olímpicos da Juventude de 2014, em Nanquim (CHN).

 

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