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Brasil define revezamento, chama novato e finda chance de Cielo na Rio-2016

 Satiro Sodré/ SSPress
Cesar Cielo acabou fora dos Jogos Olímpicos após decisão da CBDA imagem: Satiro Sodré/ SSPress

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

A mínima possibilidade agora não existe mais: Cesar Cielo, maior nome da natação brasileira em todos os tempos, está fora dos Jogos Olímpicos deste ano. O campeão dos 50 m livre de Pequim-2008 não conseguiu classificação individual nas seletivas nacionais, mas poderia ser incluído no revezamento 4x100 m livre. Nesta quinta-feira (21), porém, a CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) definiu os cinco convocados para a prova e preferiu incluir Gabriel Silva Santos, 20, que fez o quinto tempo na qualificação.

“A chance de o Cielo ser chamado não existe. A chance era ele entrar nos 50 m livre. Aí, apesar de não ser titular ou um dos dois reservas do revezamento, ele poderia continuar numa ascendente até os Jogos e nos convencer que poderia ser aproveitado. Como ele não está no time, não traremos o Cesar agora em hipótese alguma”, disse Alberto Silva, o Albertinho, técnico da equipe masculina da natação brasileira.
 
Cielo disputou os 50 m livre e os 100 m livre nas seletivas da natação nacional. Terminou, respectivamente, com o terceiro e o sétimo tempo do país nas provas – o Brasil pode inscrever até dois atletas por disputa individual da Rio-2016.
 
A condição de o velocista ir aos Jogos Olímpicos, portanto, seria o revezamento. A CBDA já havia definido que Marcelo Chierighini, Nicolas Nilo Oliveira, João de Lucca e Matheus Santana, que fizeram os melhores tempos na qualificação dos 100 m livre, seriam chamados para a Rio-2016. O time pode ter até seis atletas, e a inclusão de um nadador que não está em provas individuais obriga o país a colocá-lo na água – até Londres-2012 era possível apenas ter o suplente como alternativa.
 
A partir disso, portanto, a comissão técnica da natação brasileira teve de escolher entre um novato (Gabriel Silva Santos, dono do quinto melhor tempo), um nadador mais experiente com desempenho intermitente durante a carreira (Alan Vitória, 30, sexto colocado no ranking) ou Cesar Cielo, atual recordista mundial dos 100 m livre (46s91 em 2009) e dono de três pódios olímpicos (ouro nos 50 m livre e bronze nos 100 m livre em Pequim-2008; bronze nos 50 m livre em Londres-2012).
 
Na noite de quarta-feira, depois de ter perdido a seletiva dos 50 m livre, Cielo descartou a chance de ser incluído no revezamento. Disse que pensava apenas em férias e que daria um tempo nos treinamentos durante os próximos dias. A CBDA ainda cogitava, porém, a possibilidade de demovê-lo.
 
Contudo, após uma reunião da comissão técnica, a confederação decidiu levar Gabriel Silva Santos para a prova. “Estou vivendo um sonho. Eles confirmaram que eu vou ser o quinto e que vou nadar a eliminatória dos 4x100 m livre nas Olimpíadas. Estava esperando a confirmação e deu tudo certo”, disse o novato.
 
“Acho que o nosso revezamento tem uma medalha muito palpável. Se você for ver os tempos que nós temos hoje, todos são muito bons. Precisamos de um cara abrindo para 47s, e se o restante fizer 47s no meio vai ser um baita time”, disse Marcelo Chierighini, que fechou os 100 m livre com o melhor tempo da eliminatória (48s20).
 
Chierighini foi escolhido para iniciar o revezamento no Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia), em 2015. Também deve ser essa a posição dele na Rio-2016. “Fiquei um pouco nervoso porque nunca tinha aberto, mas consegui render bem. A gente nada com essa formação há muito tempo, com o Bruno [Fratus] no lugar do Nilo, mas o Nilo também é muito experiente. O único que não é experiente no time é o Gabriel, mas a gente provavelmente vai colocá-lo no meio do time durante a eliminatória”, encerrou Chierighini.

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