Olimpíadas 2016

Sem pensar em adeus, ginasta de 40 anos será mais velha da história no Rio

Ricardo Bufolin/CBG
Oksana Chusovitina durante o evento-teste no Rio de Janeiro imagem: Ricardo Bufolin/CBG

Fábio Aleixo e Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Passar dos 30 anos no esporte e seguir em alto nível não é uma tarefa das mais fáceis. O que dizer então de uma ginasta que tem 40 anos e competirá nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, quando já terá 41? Esta é Oksana Chusovitina,do Uzbequistão, que participará de uma Olimpíada pela sétima vez em sua carreira e competirá com atletas que tem menos da metade de sua idade, caso da brasileira Flávia Saraiva, de 16.

O feito de Chusovitina é tão impressionante que ela se tornará a ginasta mais velha da história a participar de uma Olimpíada. Entre os homens, o recorde é do holandês Jan de Boer, que tinha 49 anos nos Jogos de 1908.

A primeira aparição de Chusovitina foi em 1992, em Barcelona, defendendo a Equipe Unificada. Desde lá, esteve em todas as edições e por mais dois países: Alemanha e Uzbequistão. Isso sem falar que em Mundiais representou também a União Soviética. Em Jogos Olímpicos tem uma medalha de ouro por equipes em 1992 e uma prata no salto em Pequim-2008. Também são três ouros, quatro pratas e quatro bronzes em Mundiais.

E mesmo com tanto tempo rodando pelo mundo, ela nem pensa em deixar a ginástica e fica até brava quando questionada pelo assunto.

"Eu acabei de me classificar para a minha sétima Olimpíada, mas não acho que este seja o momento certo para falar disso. Eu só estou olhando para frente e ganhar uma medalha", disse Chusovitina após ganhar a medalha de prata no salto no evento-teste, no qual obteve sua classificação para o individual geral na Rio-16.

"Eu ainda me sinto ótima. O que espero é ficar saudável. Sigo competindo pois eu amo muito este esporte, adoro ginástica. Tenho muito prazer de participar das competições", afirmou a ginasta que deu um pequeno tempo nas competições entre 2009 e 2010.

Ricardo Bufolin/CBG
imagem: Ricardo Bufolin/CBG

E uma das principais motivações para seguir adiante é o seu filho Alisher, que completará 17 anos em 2016. Foi por ele, inclusive, que Chusovitina decidiu competir pela Alemanha entre 2006 e 2008.

Em 2002, o garoto foi diagnosticado com leucemia. Foi então que recebeu apoio de dois técnicos de um clube de Colônia (ALE) para se mudar ao país e poder fazer com o que o filho recebesse o tratamento. Com o dinheiro ganho em competições e com ajuda de pessoas da ginástica internacional conseguiu arcar com os gastos. Quatro anos depois recebeu a cidadania e liberada para os torneios internacionais. Alisher conseguiu a cura e hoje frequenta normalmente a escola e joga basquete.

"Quero que meu filho cresça feliz. Infelizmente ele não poderá vir (à Olimpíada) porque estará na época de escola", afirmou a ginasta.

Um dos principais nomes do esporte uzbeque na atualidade, Chusovitina teria boas chances de ser escolhida como porta-bandeira do país na cerimônia de abertura dos Jogos, mas não tem esta pretensão.

"Eu vou competir no primeiro dia (da Olimpíada). Não quero correr o risco de ficar cansada. Depois que tiver um bom resultado e ganhar uma medalha eu desfilo no encerramento", afirmou. 

 

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