Falta de energia atrasa prova de Cielo em seletiva olímpica
A disputa de César Cielo por uma vaga nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro ganhou mais um elemento de tensão. Pouco antes da decisiva prova dos 50m livre no Troféu Maria Lenk, por volta das 16h40 (horário de Brasília), a energia que abastece os refletores do Estádio Aquático caiu e atrasou o início da competição. A previsão de início da competição é para as 17h45.
"Um dos geradores que seguram o sistema de iluminação teve problema. Estamos mudando pra rede da rua", explicou Rodrigo Garcia, diretor de esportes da Rio-2016. "O modelo que nós temos para os eventos-teste é diferente do que teremos nos Jogos. Algumas coisas na arena, como a iluminação, ainda serão estudadas".
"Na ginástica nós tivemos um problema de queda de energia por causa de geradores. Aí houve um erro quando foram religar, e isso causou uma pane. Aqui nós só tivemos problema com uma fase dos refletores ontem (terça-feira)", continuou. "Essa questão da energia é muito importante para nós. Ainda estamos trabalhando com um sistema de geradores nos eventos-teste, e nos Jogos nós teremos uma estrutura específica".
Na ocasião do evento da ginástica, a Federação Internacional da modalidade reclamou muito por causa das quedas de energia durante a competição. Durante o evento-teste dos saltos ornamentais, falta de luz também foi registrada.
Na última seletiva para os Jogos Olímpicos, César Cielo ainda briga por uma vaga. Na manhã desta quarta-feira (20), o brasileiro se aproximou do objetivo ao nadar em em 21s99, segundo melhor tempo do país – o melhor é de Bruno Fratus, que tem 21s50 feitos na seletiva olímpica de Palhoça (SC) no fim do ano passado. Já Ítalo Duarte, que tem 22s08, foi ultrapassado por Cielo e agora é o terceiro na corrida pelas duas vagas.
Ainda que a conquista da vaga não seja definitiva, o tempo registrado nesta manhã é uma grande notícia para Cielo. O brasileiro não nadava abaixo do índice olímpico (22s27) desde o Aberto da França, em julho, quando fez 22s15. Porém, o nadador não ficou plenamente satisfeito.
Maior nome da história da natação brasileira, Cielo tem três medalhas olímpicas em provas de velocidade (ouro nos 50 m livre e bronze nos 100 m livre em Pequim-2008; bronze nos 50 m livre em Londres-2012). Ele detém desde 2009 os recordes mundiais dos 50 m livre e dos 100 m livre.
Contudo, o ciclo olímpico do nadador para 2016 foi extremamente conturbado. Cielo trocou seis vezes de treinador desde os Jogos de Londres, mudou a estrutura de sua comissão técnica e alternou trabalhos no Brasil e nos Estados Unidos.
No ano passado, ele foi destronado em âmbito nacional por Bruno Fratus, abriu mão dos Jogos Pan-Americanos, abandonou o Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia) por causa de uma lesão no ombro e saiu da primeira seletiva olímpica do Brasil, em Palhoça, sem sequer disputar os 50 m livre – na época, depois de ter feito apenas o 11º tempo na eliminatória dos 100 m livre, o nadador alegou "questões pessoais" para ter deixado a competição.
Em Palhoça, cinco nadadores brasileiros obtiveram índice de classificação para os 50 m livre dos Jogos Olímpicos. Bruno Fratus (21s50), Ítalo Duarte (22s08), Marcelo Chierighini (22s17), Matheus Santana (22s17) e Henrique Martins (22s25) chegaram ao Maria Lenk com marcas suficientes para disputar a Rio-2016. Neste ano, a marca mais baixa de Cielo havia sido um 22s28 em Austin (Estados Unidos) – ele registrou 22s08 no Rio de Janeiro, mas o tempo ocorreu em um treinamento.