Cielo faz índice, mas perde para rivais e está fora da Rio-2016
Fabio Aleixo e Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
A chance de Cesar Cielo participar das Olimpíadas de 2016 agora está limitada a uma convocação para o revezamento 4x100 m livre. O nadador brasileiro até obteve índice para os 50 m livre, prova em que é especialista, mas saiu do Troféu Maria Lenk, última seletiva nacional da modalidade, com o terceiro tempo do país na distância. Ele completou o percurso em 21s91 nesta quarta-feira (20) e foi superado por Bruno Fratus (21s74) e Ítalo Duarte (21s82), que vão representar o país nos Jogos.
“Vou torcer para eles (Bruno Fratus e Ítalo Andrado), e é isso aí”, afirmou ao “Sportv”. “Mudei toda minha vida, levei minha família para os EUA. O processo da luz ter caído influencia, mas não é desculpa, o Brasil está bem representado”.
“Da minha parte, vou pedir desculpas para vocês. Fiquei muito aquém do que sei fazer. Tive um ano difícil ano passado, não nadei bem hoje. É muito difícil estar conversando com vocês. É bola para frente, o Brasil vai bem”, completou Cielo, que não conseguiu conter o choro.
O resultado reflete um ciclo olímpico extremamente conturbado de Cielo. O brasileiro trocou de treinador seis vezes desde 2012, alternou entre Brasil e Estados Unidos e foi destronado por Bruno Fratus em provas nacionais. No ano passado, ainda abandonou o Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia) por estar lesionado e deixou a primeira seletiva da natação local, em dezembro, em Palhoça (SC), antes de nadar os 50 m livre.
O índice de classificação para os 50 m livre da Rio-2016 é 22s27. Cinco brasileiros fizeram marcas inferiores a isso em Palhoça (Bruno Fratus, Ítalo Duarte, Marcelo Chierighini, Matheus Santana e Henrique Martins), e foi com essa carga que Cielo teve de lidar no Maria Lenk.
O velocista chegou a demonstrar reação nas eliminatórias dos 50 m livre, na manhã desta quarta-feira, e obteve o índice olímpico (21s99). Saiu da piscina como o segundo colocado do país na prova (superado apenas por Bruno Fratus, que havia registrado um 21s50 em Palhoça).
Na prova final, porém, Cielo acabou superado pelos rivais. Mesmo baixando o tempo de 21s99 feito pela manhã, o campeão olímpico de 2008 não conseguiu superar Bruno Fratus (21s74) e Ítalo Duarte (21s82).
Antes do início da prova, uma queda de energia no Estádio Aquático atrasou o início da competição em mais de 40 minutos.
Cielo ainda teria chance de estar na Rio-2016 pelo revezamento 4x100 m livre. O velocista tem índice (fez 48s97 na última segunda-feira), mas fechou a qualificação com o sétimo tempo do país na distância. Apesar disso, a definição da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) em ter cinco nadadores inscritos abriria a chance para um convite ao ex-campeão olímpico.
No entanto, após não conseguir índice para os 50m, Cielo descartou aceitar o convite e afirmou pensar apenas em férias.
Cielo já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012). Tem três medalhas (um ouro e dois bronzes) e é o nadador mais laureado da história do país. Ele detém até hoje os recordes mundiais dos 50 m livre e dos 100 m livre (ambos foram registrados em 2009).
Brasileiros confirmam vaga nos 100m borboleta
Na prova dos 100m borboleta, Henrique Martins e Marcos Macedo garantiam suas participações nos Jogos Olímpicos. A dupla já havia feito índice olímpico na seletiva de Palhoça, em Santa Catarina, e contaram com o fato de nenhum outro nadador brasileiro na prova ter conseguido nadar abaixo de 52s36, tempo mínimo para brigar por uma vaga.
Em Palhoça, Henrique Martins e Marcos Macedo nadaram em 52s14 e 52s17, respectivamente. Entre os nadadores que já garantiram vaga para os Jogos Olímpicos, a dupla aparece como 31º e 34º mais rápidos do mundo.
Etiene Medeiros consegue mais uma vaga
Especialista nos 100m livres, Etiene Medeiros garantiu sua participação nos 50m no Jogos Olímpicos. Com o tempo de 24s64, a pernambucana vai como a brasileira mais rápida da prova. Junto com ela, Graciele Herrmann também confirmou a vaga, já que Lorrane Ferreira, que brigava para superá-la, nadou três centésimos mais lento: 24s95 a 24s65.
Brasil consegue duas vagas nos 1500m livres
Em uma prova emocionante, Brandonn Almeida e Miguel Valente lutaram até o final e conseguiram vaga nos 1500m livres. Com tempo de 15m14s58 e 15m14s40, respectivamente, a dupla superou o índice olímpico, que é de 15m14s77.