Cesar Cielo descarta convite para revezamento e está fora da Rio-2016
Fabio Aleixo e Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
Os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiros não contarão com a presença de César Cielo. Depois de não conseguir índice para os 50m livre, prova em que foi campeão em 2008 e detém o recorde mundial, o brasileiro afirmou que não aceitará o contive para competir no revezamento 4x100 livre.
“Não seria justo (aceitar o convite). O Brasil definiu aqui quem são os melhores nadadores, e eu fiquei fora. O esporte é assim. Não vejo como isso poderia acontecer”, afirmou.
Nesta quarta-feira (20), Cielo nadou a final dos 50m livres do Troféu Maria Lenk com o tempo de 21s91, ficando atrás de Bruno Fratus (21s74) e Ítalo Duarte (21s82), que vão representar o país nos Jogos.
Agora confirmado fora dos Jogos Olímpicos do Rio, o campeão em 2008 afirmou que o pensamento é em descansar. “Vou tirar uns dias de férias. Não tenho por que voltar a treinar na segunda-feira. Vou descansar um pouco, agora”.
Cielo já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012). Tem três medalhas (um ouro e dois bronzes) e é o nadador mais laureado da história do país. Ele detém até hoje os recordes mundiais dos 50 m livre e dos 100 m livre (ambos foram registrados em 2009).
“As coisas não vinham acontecendo. Esporte de alto rendimento é assim. Você precisa sempre tentar novas coisas, novas técnicas, e as pessoas vão evoluindo”, completou.
COB lamenta ausência de Cielo e fala em “troca de gerações”
Logo após a confirmação de que Cielo não havia conseguido o índice para os 50m livres, o superintendente executivo de esportes do Comitê Olímpico Brasileiro (COB), Marcus Vinicius Freire, lamentou a ausência do ex-campeão mundial na competição em entrevista ao UOL Esporte.
“Fica um sentimento de tristeza. Torci por ele até o último minuto, pois sei quanto ele trabalhou e lutou ao longo destes quatro últimos anos”, afirmou. “Mas o esporte é assim, são coisas de centésimos, mas acontece. É uma troca de gerações, faz parte”.
“Não tê-lo é sempre uma perda. Mas sou otimista por natureza e se classificou quem é o mais rápido”, seguiu Freire, que afirmou que a projeção de medalhas para o Brasil não muda com a ausência de Cielo.
“Não muda (nossa projeção). Os tempos que os dois fizeram é muito próximo do que o Cielo vinha fazendo. Seguimos com possibilidades parecidas. Só mudam os nomes. Mas o Fratus já vinha em nosso radar há algum tempo. Foi quarto na última Olimpíada, bronze no Mundial”.