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Chierighini garante vaga, mas desabafa e diz que pensou em aposentadoria

Satiro Sodre/SSPress
Marcelo Chierighini venceu as duas provas disputadas nesta segunda-feira imagem: Satiro Sodre/SSPress

Guilherme Costa

Do UOL, no Rio de Janeiro

Em 2014, Marcelo Chierighini, 25, pensou em deixar a natação. Nesta segunda-feira (18), tornou-se o dono do melhor tempo do Brasil para os 100m livre nas Olimpíadas de 2016, que serão realizadas no Rio de Janeiro. Ele nadou em 48s23 a prova final da distância no Troféu Maria Lenk, última seletiva do país para os Jogos – a disputa não contou com Cesar Cielo, 29, recordista mundial, que havia feito 48s97 na eliminatória e preferiu não voltar à piscina. Foram dois anos de uma reação moldada com ioga e muita conversa.

“Cheguei a 2013 muito bem e acho que ali foi algo próximo da minha melhor fase. Não consegui lidar muito bem com a manutenção disso e nadei muito mal no ano seguinte. Cheguei a pensar em parar. Mas eu continuei insistindo, com meu técnico sempre acreditando no meu potencial de nadar 48s baixo ou 47s. Fui indo passo a passo até essa seletiva olímpica em casa”, relatou Chierighini. “Para mim, uma coisa que ajuda muito é que eu comecei a fazer ioga. Isso me ajudou muito a controlar a respiração na hora da prova e ficar calmo. Antes eu ficava muito nervoso. Cada vez mais eu estou buscando os detalhes da prova e conseguindo ficar mais calmo para na hora do vamos ver colocar todo o coração”, completou.

Na eliminatória da prova, disputada de manhã, Chierighini há havia encaixado um 48s20. O tempo é o melhor entre os brasileiros qualificados para a prova na Rio-2016. “Eu sabia que a seletiva tinha de ser muito forte nessa prova. A gente tem uns dez nadadores nadando na casa dos 48s, e eu acho que nem os Estados Unidos têm isso. O nível é altíssimo”, avaliou o nadador.

O Brasil pode inscrever dois atletas por prova individual da Rio-2016. Nos 100m livre, a segunda vaga ficou com Nicolas Nilo Oliveira, 29, que havia feito 48s30 na eliminatória e fechou a prova final do Maria Lenk com um 48s54.

“Minha cabeça está muito diferente. Estou numa fase em que as coisas estão acontecendo muito facilmente para mim. Estou muito tranquilo, e a natação é o que eu amo, o que eu gosto de fazer, mas não é mais o que me define como pessoa. Estou com outros objetivos de vida, olhando para frente, e isso tem tirado um peso muito grande das minhas costas. Tenho conseguido me divertir nadando, algo que eu nunca fiz durante a carreira”, comentou Nilo.

No entanto, essa não foi a única definição proporcionada pela prova final dos 100m livre no Maria Lenk. A disputa também serviu para encaminhar a formação do time que representará o Brasil no 4x100 livre da Rio-2016 – o revezamento já está classificado.

O terceiro tempo do Brasil é de João de Lucca, 26 (48s59 na eliminatória desta segunda e 48s68 na prova final). Matheus Santana, 20, completa o time (48s71 registrados na primeira seletiva olímpica, em Palhoça, em dezembro do ano passado).

“Olimpíada é uma vez só no nosso país. Pelo menos enquanto a gente estiver vivo. Está sendo uma honra muito grande, e tudo que eu puder nadar eu vou dar 300% de mim e toda raça que eu puder para fazer o melhor”, disse De Lucca. “A gente chegou no quarto lugar no Mundial de Kazan, o que é uma coisa muito boa, e eu acho que esse gostinho de bater na trave e a bola sair vai dar mais força. Se tudo der certo e todo mundo nadar do jeito que sabe, a gente vai sair daqui vitorioso”, adicionou.

O quinto tempo do Brasil nos 100m livre é de Gabriel Silva Santos, 20, que fez 48s84 na prova final do Maria Lenk e já tinha 48s89 da eliminatória. “A Olimpíada é o objetivo de todos os atletas. Todo mundo naquela final estava querendo a vaga. Para mim isso é um sonho: eu consegui nadar bem na eliminatória, melhorei meu tempo e disputei a prova de igual para igual com gente como o Marcelo e o João”, comentou o novato.

Tales Cerdeira e Thiago Simon confirmam vagas nos 200m peito

Ainda na noite de segunda-feira, Tales Cerdeira e Thiago Simon confirmaram as duas vagas brasileiras para os 200m peito nos Jogos Olímpicos deste ano.

Cerdeira havia nadado a prova em 2min10s99 na eliminatória e fechou a final da distância em 2min12s72. Simon fez 2min12s63 na disputa derradeira do Maria Lenk, mas tinha um 2min11s29 da seletiva disputada em Palhoça.

O vencedor dos 200m peito no Maria Lenk foi Thiago Pereira, que fez a distância em 2min11s86. Ele não pretendia incluir a disputa no cronograma da Rio-2016, mas foi à piscina no Maria Lenk como parte da preparação para os 200m medley.

“Eu queria trabalhar mais o meu nado peito. Todo o meu planejamento está focado nos 200m medley. É essa prova que eu vou fazer dando meu máximo”, disse o nadador, que voltará à piscina na próxima terça-feira (19).

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