Cielo faz índice, mas fica em sétimo e segue sem vaga para a Rio-2016
Fabio Aleixo e Guilherme CostaDo UOL, no Rio de Janeiro
Cesar Cielo conquistou o primeiro índice de qualificação para a Rio-2016, mas ainda não está classificado. O nadador brasileiro completou os 100m livre em 48s97 na manhã desta segunda-feira (18), na eliminatória do Troféu Maria Lenk, última seletiva do país para os Jogos (a marca necessária para a prova é 48s99). Com o tempo, ficou apenas com a sétima posição no ranking nacional – é possível inscrever até seis nadadores no revezamento 4x100m livre, e ele não tem pretensão de disputar o individual da distância. Como desistiu de competir na final, agora depende de uma condição especial para fazer parte da equipe.
O Brasil já tem vaga assegurada no revezamento 4x100m, mas a formação da equipe é uma prerrogativa da CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos). É possível inscrever até seis nadadores, desde que eles tenham índice de classificação. Ao contrário de edições anteriores dos Jogos, contudo, todos precisam disputar a prova.
“Acho que estando no time eu vou falar com os técnicos. Aí é decisão deles de me colocar ou não. Estando no time eu estou disposto a nadar. Mais do que conquistar a vaga entre os cinco, preciso estar lá. Aí, se precisarem de mim, na hora eu vou estar pronto”, disse Cielo nesta segunda-feira (18).
O “estar ali” de Cielo é obter índice para os Jogos. O foco do nadador é a qualificação dos 50m livre, prova em que ele foi campeão olímpico em Pequim-2008 (conquistou também o bronze de Londres-2012 e o tricampeonato mundial entre 2009 e 2013).
“Vim com a expectativa de tentar fazer os 100m em 48s e saiu um 48s97. Está dentro do que a gente estava programando. Não treinei para essa prova. Para falar a verdade, a gente fica até um pouco ansioso com a estratégia porque a gente não chegou nem a competir nos 100m livre, mas foi bom. Dentro do possível, tirei uma boa prova. Agora pensar nos 50m livre, que é o foco principal da temporada”, comentou o nadador.
Nesse sentido, a prova desta segunda-feira serviu para Cielo tirar algumas conclusões. O nadador reclamou do horário da seletiva (a disputa dos 100m livre foi a primeira do programa, que começou às 9h30), mas gostou do desempenho técnico.
“Minha saída voltou a ser o que era antes. Tenho mais confiança nos primeiros metros. Meu objetivo para quarta-feira é fazer 21s. Acredito que seja suficiente. Se não for, aí foge do meu controle. Mas acho que com isso eu posso garantir a vaga”, afirmou Cielo.
Os seis melhores tempos do Brasil nos 100m livre para a Rio-2016 são de Marcelo Chierighini (48s20), Nicolas Nilo (48s30), João de Luca (48s59), Matheus Santana (48s71 registrados na primeira seletiva, em dezembro de 2015, em Palhoça), Gabriel Santos (48s89) e Alan Vitória (48s96, também em Palhoça). Ainda é possível que mais atletas passem à frente de Cielo na final da prova, às 17h30 desta segunda-feira.
Nos 50m, a questão de Cielo também não é apenas obter índice. Cinco brasileiros já fizeram os 22s27 necessários para qualificação (Bruno Fratus, Ítalo Duarte, Marcelo Chierighini, Matheus Santana e Henrique Martins). O campeão olímpico de Pequim-2008 não faz uma marca abaixo do necessário desde o Troféu Maria Lenk de 2015.
“Estou me sentindo muito bem. Estou pronto para nadar bem, e agora é só colocar em prova. Se Deus quiser, vou conseguir essa vaga”, encerrou Cielo.
Tales Cerdeira obtém índice olímpico nos 200m peito
Ainda na manhã desta segunda-feira, Tales Cerdeira, 29, obteve índice para a Rio-2016 nos 200m peito. Ele precisava nadar a prova em 2min11s66 e registrou 2min10s99 no Troféu Maria Lenk. Thiago Simon, 26, com 2min11s29 de Palhoça, já estava classificado na prova.
“Os dois últimos anos foram muito complicados para mim. Em 2015 eu não conseguia baixar de 2min14s, que era um tempo que fiz na seletiva de 2008. Cheguei aqui desacreditado depois de um ano ruim, mas o esporte tem isso da superação. Não fiz nada diferente do que vinha fazendo, mas não foi uma surpresa porque eu vinha treinando com isso. Procurei não pensar em nada e apenas nadar”, disse Cerdeira.
Na mesma prova, o segundo melhor tempo foi registrado por Thiago Pereira, 30, que incluiu a disputa na programação apenas como parte do treinamento.
“Foi um bom tempo. Queria nadar de manhã para 2min13 [fez 2m12s13], mas meu foco é o 200m medley. Não tenho pretensão nenhuma de nadar esta prova na Olimpíada, mesmo porque tem uma hora que ela bate com o medley. Usei mais esta prova como uma forma de preparação”, disse Pereira.