Fora da Olimpíada, Beltrame aguarda convite: 'Vou acreditar até o fim'

Fábio Aleixo
Do UOL, em São Paulo
Gaspar Nobrega/inovafoto
Fabiana Beltrame no pódio dos Jogos Pan-Americanos de Toronto, em 2015

Maior remadora do Brasil na atualidade e campeã mundial em 2011, Fabiana Beltrame tem chances remotas de ir para a Olimpíada do Rio de Janeiro, mas não desiste. Preterida pela Confederação Brasileira de Remo (CBR) em uma disputa interna pela única vaga que o país tinha direito nos Jogos, a atleta que compete no skiff simples está agora na dependência de um convite da Federação Internacional da modalidade (Fisa). Não existe data certa para definição e os critérios são subjetivos. Porém nem isso é capaz de tirar a sua esperança.

"A esperança é a última que morre, se tiver um 1% de chance de acontecer, seguirei acreditando. O que posso fazer é seguir treinando da mesma maneira para no caso de esta vaga vir eu estar preparada para representar o Brasil. É nisso que me apego para seguir motivada. Vou manter meu planejamento e disputar etapas de Copa do Mundo que estavam programadas em meu calendário", afirmou Fabiana em entrevista ao UOL Esporte

"Se o convite não vier, não posso fazer nada. Mas seria muito triste não disputar uma Olimpíada no Brasil, ainda mais sendo este o meu último ano de carreira competitiva", disse a remadora de 33 anos.

"Caso não dê certo, o sentimento de tristeza ficará, mas também olharei para trás e vi que disputei três Olimpíadas e fiz muito pelo remo do Brasil. Será uma sensação de dever cumprido", completou a atleta que tem contrato com o Vasco até dezembro.

Fabiana afirmou ao UOL Esporte que o trabalho nos bastidores já começou e que a CBR já pediu ajuda ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) para fazer com que a Fisa dê convites ao Brasil.

"O presidente da Confederação (Edson Altino) já falou com o Nuzman (Carlos Arthur, presidente do COB). Tem muita gente querendo que eu vá para a Olimpíada. Este apoio me deixa feliz", disse a atleta.

Para este ciclo olímpico, a Fisa alterou a regra para permitir que mais países tenham representantes e limitou a cada nação a participação de apenas um barco no masculino e outro no feminino. 

Por ser país-sede, o Brasil tinha direito a uma vaga nos skiffs simples masculino e feminino desde que nenhuma outra embarcação obtivesse a classificação no Pré-Olímpico Continental. Porém, na competição realizada no mês passado no Chile, a dupla Fernanda Nunes e Vanessa Cozzi ficou com a medalha de ouro no skiff duplo e um tempo de referência melhor do que o de Fabiana, que acabou com a prata. Assim, a CBR optou por dar a vaga à parceria.

"Já sabia dos critérios e não tenho o que contestar. Claro que fico triste, mas elas fora melhores", disse.

O mesmo aconteceu no masculino. Os representantes serão Xavier Vela e Willian Giaretton , que ficaram com a vaga no lugar de Steve Hiestand.